Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Batatinha: o sambista baiano que deixou saudade no coração da MPB

Redação Publicado em 29/05/2012, às 12h37 - Atualizado em 31/05/2012, às 12h45

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Batatinha - Reprodução
Batatinha - Reprodução

Por Cláudia Boëchat

Oscar da Penha nasceu em Salvador em 1924. Compunha desde os 15 anos e cantava bem. Participava de programas de calouro e num deles ganhou o apelido de Batatinha, como depois ficou nacionalmente conhecido. O locutor, Antônio Maria, assim o chamou. Não se sabe ao certo se foi porque, na época, a palavra ‘batata’ era uma gíria que significava ‘gente boa’; ou se foi apenas uma uma confusão com o nome de Vassourinha, sambista carioca, muito admirado pelo baiano. Fato é que o apelido pegou. Seu primeiro samba foi “Inventor do Trabalho” e a primeira música gravada foi “Jajá da Gamboa”, parceria com José Bispo. Jamelão gravou em 1954. Ouça as duas na voz do autor:

Outro samba, “Diplomacia” (parceria com J. Luna) foi escolhido pelo cineasta Glauber Rocha para o curta-metragem Barravento. Também foi gravado por Maria Bethânia em seu primeiro disco, em 1965. Bethânia, aliás, gravou ainda outras canções de Batatinha. Entre elas, “Bolero” (com Roque Ferreira):

Chico Buarque também homenageou Batatinha. Ouça “Toalha da Saudade”:

E Caetano Veloso cantou “Hora da Razão”, de Batatinha com L. Luna:

Jussara Silveira gravou “Ironia” (Batatinha e Ederaldo Gentil):

Cláudia Leitte canta “Pra Todo Efeito” (Batatinha e Lula Carvalho):

O primeiro disco desse exímio tocador de caixinha de fósforo só aconteceu em 1969, quando ele estava com 45 anos: Batatinha e Companhia Ilimitada. Ele só conseguiu gravar graças a Paulinho da Viola, que falava da excelência de um grupo de sambistas baianos do qual Batatinha fazia parte. Depois, rolaram apenas mais 4 discos: Samba da Bahia (1975), Toalha da Saudade (1976), Batatinha, 50 anos de Samba (1993) e Diplomacia (1997). Este último acabou sendo póstumo. É um disco-tributo, organizado por Paquito e J. Velloso, que demorou cerca de dois anos para ficar pronto. Batatinha chegou a colocar sua voz nele, junto à de outros grandes nomes da MPB, mas faleceu antes que o disco estivesse finalizado.

“Ministro do Samba”:

“Ensaio”:

“Foguete Particular”:

“Conselheiro”:

“Imitação”, com Gilberto Gil:

Batatinha morreu de câncer na próstata, no dia 3 de janeiro de 1997, aos 72 anos. Ouça “Não Suje o meu Caixão (Panela e Garrafão)”:

E pra não ficarmos na tristeza e guardarmos a alegria de Batatinha, “Bebé Diferente”:

Para falar com Cláudia Boechat, envie um e-mail para claudia.boechat@rollingstone.com.br