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Baixista da banda INKY relata em diário de bordo as aventuras do grupo em turnê pela América Latina

A banda fez show em Santiago, no Chile, e em Lima, no Peru

Redação Publicado em 28/11/2015, às 14h27 - Atualizado às 15h15

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A banda INKY em turnê pela América Latina.  - Divulgação
A banda INKY em turnê pela América Latina. - Divulgação

Os músicos Luiza Pereira, Guilherme Silva, Stephan Feitsma, Victor Bustani, que formam a banda paulistana INKY - conhecida por mesclar rock, disco, funk e música eletrônica -, acabam de voltar de uma turnê pela América Latina. Na excursão, que contou com uma apresentação memorável no Festival Primavera Fauna, no Chile, o grupo passou também pelo Peru.

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Com o intuito de relatar as aventuras que viveram na estrada, o baixista Guilherme Silva escreveu um diário de bordo, que você pode ler abaixo na íntegra, contando para os leitores do blog Sobe o Som, espaço dedicado à música alternativa brasileira no site da Rolling Stone Brasil, quais foram as experiências mais marcantes da turnê.

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Leia o diário de bordo da banda INKY sobre a turnê da banda pela América Latina

"Como começar a falar sobre os oito melhores dias do ano? A primeira turnê pela latina da INKY foi espetacular e totalmente acima das expectativas. Claro que estávamos empolgados por estar indo tocar no Chile e no Peru, mas não tínhamos ideia de como seria boa essa experiência.

Assim que chegamos em Santiago, no dia 9 de novembro, sentimos uma energia diferente, talvez pelo fato de parecer que você está em Marte (o ar é seco demais e tem um monte de montanhas). Deu pra aproveitar bem a cidade nos dois primeiros dias, pois tivemos uma guia incrível, Valentina a.k.a. Valesuchi, que também tocou no Primavera Fauna e vai se apresentar no Sónar São Paulo.

No dia 11 fizemos nosso primeiro show, no icônico Bar Loreto. A casa parece o filho pródigo do póstumo Studio SP ou a Casa do Mancha, e desde a passagem de som vimos que seria uma noite animal. Boa estrutura, equipe qualificada, luzes boas, palco bom, ou seja, muitos fatores positivos para que a noite desse muito certo. Meia-noite a casa abriu, estilo São Paulo, e a 1h da manhã estávamos no palco abrindo o show com “Fish Delay”.

Os chilenos não só compreenderam a nossa vibe, como entraram totalmente nela. Haviam nos dito que o público latino era diferente do brasileiro, um pouco mais frios. Mas não vimos isso. Na verdade, foi longe disso. Quando é assim, com todos os fatores a seu favor, o show passa em um piscar de olhos e só me dei conta quando já estavam pedindo bis.

Encerramos a primeira noite com uma jam session de uns 10 minutos de “Primal Swag”, a música mais eletrônica e porrada do álbum. Descemos do palco e ficamos em torno de duas horas conversando com o público, que nos acolheu maravilhosamente bem. Muitos estavam curiosos sobre como é a cena brasileira e como uma banda brasileira estava indo tocar no Chile. Papo vai, papo vem, fomos embora do Loreto de madrugada. Teríamos que acordar muito cedo para a passagem de som do Primavera Fauna. Reclamar? Jamais.

Despertador tocando, banho corrido, café da manhã na velocidade da luz e checagem de equipamentos! Às 8h30 da manhã estávamos na van indo para o festival. O Primavera Fauna fica um pouco afastado de Santiago, daria pra dormir um pouquinho no caminho, mas qual a chance? Assim que chegamos, ficamos boquiabertos. O local do festival era surreal. Como diriam nossos amigos chilenos, uma baita “buena onda”. Fomos recebidos pela Mercedes, que era a responsável pelo backstage dos artistas e nos guiou até o nosso camarim. Estávamos posicionados do lado do camarim do Simian Mobile Disco!

Passamos o som no palco principal e que vibe! Voltamos para o nosso camarim e descobrimos que o almoço seria vegetariano porque o Morrisey, outra atração do evento, se recusa a tocar em lugares que tenham carne. ***KING POPSTAR! Descansamos um pouco (lê-se beber cerveja), vimos o show do Folläkzoid (que baita show) e às 13h40 fomos de carrinho de golfe para o palco. O show no festival foi indescritível. Tocamos para um bom público tendo em consideração o horário no qual nos apresentamos. O mais incrível de tudo, é que muitas pessoas cantavam nossas músicas e dançavam juntos, como se dizendo “Viemos cedo para prestigiá-los”. Tenho a impressão de que as cenas indie e alternativa chilenas estão muito bem organizadas e as pessoas realmente sabem onde estão, sabem o que vão ouvir e sabem o que querem.

Esse foi um dos melhores shows da banda como um todo. Comentamos depois como tudo parecia ter passado em câmera lenta – “nossa como foi fácil fazer esse show, não errei nada”. Mas com todos os fatores positivos jogando do nosso lado, fica fácil mesmo.

Dedicamos o resto do dia para conhecer literalmente todo mundo que dava pra conhecer: Simian Mobile Disco, Mac de Marco, DIIV, Wild Nothing, Cardigans, Folläkzoid e aproveitar nossos amigos de outros tempos, como Miami Horror. Tocamos juntos na festa da Calvin Klein no SPFW em 2014 e foi muito irado encontrá-los para mais um dia louco nas nossas vidas. A noite terminou com INKY e DIIV juntos na van pro hotel com uma conversa mais ou menos assim, "I`ll only fucking give you this fucking t-shirt if you fucking wear it on your next fucking gig" - "Nós só daremos essa camiseta para vocês se vocês a usarem no próximo show da banda".

Saímos de Santiago e embarcamos para Lima às 3h00 da manhã do dia 12 de novembro. Todo mundo naquele modo zumbi, já com saudades de Santiago, do Primavera, do Roberto, nosso produtor (!Gracias, Roberto!) e sem dormir direito. Pegamos o voo a tempo e fomos direto para a passagem de som pois abriríamos o show do Wild Nothing em algumas horas. O Centro de Convenciones Barranco era um galpão grande com espaço para mil pessoas. Foi bem rápido lá; equipe atenciosa, todo mundo se ouvindo no palco, só alegria. Saímos, comemos ceviche (a primeira vez de muitas outras) e descansamos um pouco.

Voltamos ao festival para ver o show dos Touristas, banda peruana bem legal. Eles criaram uma ótima atmosfera pro início da noite e às 18h00, subimos no palco com a casa começando a lotar. No meio do show eu me liguei que eu estava tocando em Lima pra 800 pessoas, fazendo um dos melhores shows do ano. Foi épico. Foi um daqueles shows que entram pra história e palavras não conseguiriam descrever. Saímos do palco, pegamos uma cerveja e fomos curtir a apresentação incrível do Wild Nothing. Depois dos shows, saímos pra comemorar o aniversário do nosso baterista e a noite terminou com INKY e Wild Nothing dançando reggaeton em um bar chamado Pizzoton. #inkylatamtour foi magnífica. Voltaremos em breve!"