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Sonho Pop

Lucy O’Brien, autora do livro Madonna – A Biografia do Maior Ídolo da Música Pop, explica como investigou, por 20 anos, esse fenômeno de mídia criado por – e para todos – nós

Ademir Correa Publicado em 07/11/2008, às 12h19

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"Ela não é uma divindade distante", diz Lucy O'Brien, autora da biografia de Madonna
"Ela não é uma divindade distante", diz Lucy O'Brien, autora da biografia de Madonna

Tendo mergulhado tão profundamente no universo de Madonna, você afirmaria que ela representa uma verdadeira revolução para a cultura de massa e para a visão das mulheres no mundo do entretenimento?

Madonna mostrou que as mulheres podiam manter o poder e o controle de seus negócios. Viu que sexo era lucrativo e foi além, quebrando tabus. Embora no início parecesse ser apenas mais um ídolo fútil, logo virou esse conceito de ponta-cabeça e passou a parodiá-lo. Muitos admiram sua coragem e vontade de assumir riscos. Ela não se preocupa com a aprovação dos outros, e para muitos que acreditam que é preciso se reprimir para ser aceito, isso é algo inspirador. Também é uma artista que promoveu uma visão multirracial e de apoio à cultura gay. Trabalhou duro em campanhas contra a aids nos anos 80, quando a doença ainda não era tão conhecida. E, com tudo isso, expandiu os limites do que significa ser uma estrela pop. Também subverteu os estereótipos sexistas porque sempre transmitiu mensagens de poder e controle; abordou assuntos polêmicos como sadomasoquismo e masturbação. Hoje muitas a imitam, como Kylie, Britney e Christina, mas sem entendê-la realmente. Arrancar as roupas e dizer que você é poderosa não é o bastante. Se não faz algo diferente com isso, acaba caindo na mesma velha exploração sexual que já conhecemos.

Ela soube usar diferentes mídias, como o cinema, a televisão, a música e a literatura a seu favor. Isso faz dela uma artista completa?

Ela combina suas influências de um jeito muito interessante, dinâmico. Hesito em dizer que seja inovadora - não é Pablo Picasso ou Frank Zappa. E, entre as artistas femininas, não é uma Björk, uma Joni Mitchell ou uma Frida Kahlo (que ela adora). Mas sua força está, exatamente, em absorver todas essas influências e deixar que fluam através dela. Madonna, antes de tudo, reage ao mundo como dançarina, expressando-se com uma estética muito própria. Você vê o melhor dela em seus shows e clipes, em que a música, a dança e as imagens trabalham juntas. Foi a primeira a fazer isso em uma escala tão global.

Você lê esta entrevista na íntegra na edição 26, novembro/2008