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Filhos de Cuba

Após Buena Vista Social Club, Wim Wenders filma nova geração de músicos da ilha

Christina Fuscaldo Publicado em 15/08/2007, às 11h28 - Atualizado em 30/08/2007, às 19h19

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Pío Leiva, morto em 2006: o elo perdido entre o primeiro e o segundo Buena Vista - Divulgação
Pío Leiva, morto em 2006: o elo perdido entre o primeiro e o segundo Buena Vista - Divulgação

À primeira vista, a idéia de fazer um filme sobre a nova safra musical de Cuba não pareceu interessante ao cineasta alemão Wim Wenders. Como explorar um tema que certamente remeteria ao bem-sucedido Buena Vista Social Club (1999) e alcançar, de novo, o estrondoso sucesso do documentário que se tornou "definitivo"? "Não via a possibilidade de dirigir um filme sobre aqueles que poderiam ser os filhos dos meus queridos cavalheiros do Buena Vista. Foi uma experiência única!", conta o diretor, que indicou German Kral, um ex-aluno seu, para comandar o trabalho. "Sugeri aos produtores procurar um diretor que fosse jovem e aceitei ser o produtor executivo. Acabei mexendo ainda no roteiro e na edição."

Mas na capa de The Sons of Cuba - Buena Vista Next Generation percebe-se o tamanho do envolvimento de Wenders: os créditos de "Wim Wenders Presents" são muito maiores do que os dos outros envolvidos.

Buena Vista Next Generation mistura ficção e realidade, apresentando os artistas mais requisitados da ilha atualmente. Pío Leiva, falecido em março último, representa a ligação com o famoso longa e, junto ao taxista Barbarito (vivido pelo ator Barbaro Marín), o maestro de 89 anos sai à caça de jovens talentos para montar uma banda que vai se apresentar no Japão. Lançado em DVD pelo Coqueiro Verde (novo selo da EMI), The Sons of Cuba já passou por alguns festivais, mas não vai entrar em cartaz. Junto com ele, chega às lojas também a trilha sonora.

Se é possível que The Sons of Cuba supere Buena Vista Social Club, Wim Wenders não se arrisca a conjecturar. Mas o cineasta tem certeza de que a música cubana é um filme, ou dois, à parte. E temos certeza de que valeu a pena ele trocar seu saxofone Selmer por uma câmera Bolex usada. "Foi uma grande decisão, nunca me arrependi. Meu talento para o instrumento era limitado, mas a música continuou sendo uma inspiração para mim. E a sonoridade cubana é fantástica", finaliza.