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Reabrindo as Portas

Remanescentes do The Doors contam história da banda em novo livro

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 20/10/2010, às 14h40

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<b>THE DOORS</b> Integrantes da banda remontaram a história do grupo - Divulgação
<b>THE DOORS</b> Integrantes da banda remontaram a história do grupo - Divulgação

O marcante sobre a biografia The Doors - Por The Doors com Ben Fong-Torres (Editora Agir) é o fato de, pela primeira vez, Ray Manzarek (teclado), Robby Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria) se mobilizarem para colocar no papel suas experiências pessoais e pensamentos. Para elaborar essa história oral, os três remanescentes do Doors contaram com a ajuda de Fong-Torres, editor da Rolling Stone norte-americana nos anos 60 e 70.

O jornalista conversou com os músicos e costurou os depoimentos com declarações de arquivo feitas por Jim Morrison, o controvertido vocalista da banda, morto em 1971. Torres também conseguiu declarações do pai e dos irmãos de Morrison, que raramente abrem o jogo sobre o artista. "Este é o livro definitivo sobre a banda", diz Manzarek. "Pela primeira vez, conseguimos juntar todas as informações e opiniões relevantes sobre o grupo. A verdade está aqui." O tecladista sempre teve tendência a mitificar o legado do grupo, e não se aperta quando fala sobre o apelo que ele ainda exerce sobre os novos fãs: "Minha geração quebrou inúmeras barreiras políticas e sexuais, mudando o comportamento dos jovens. A banda era a trilha da época da Guerra do Vietnã, nossas músicas tocavam quando Robert Kennedy e Martin Luther King foram assassinados."

No livro, os músicos não escondem que Morrison e seus excessos - principalmente os alcoólicos - causaram a maioria dos problemas. Mas não existe na obra a intenção de transformar o vocalista em saco de pancadas. Para Manzarek, mais do que um ícone, o cantor é uma pessoa de quem ele ainda sente falta. "Eu me lembro de meu grande amigo, do sujeito com quem estudei cinema, que andava na praia comigo tomando ácido e conversando sobre filmes e poesia." Já Robby Krieger até hoje lamenta a viagem de Morrison para Paris, onde ele morreu. "Quando ele falou que passaria uma temporada na Europa, ficamos contentes. Ele poderia relaxar e voltar com novas ideias. As coisas estavam melhorando", relembra. "Mas aí começaram as preocupações. Não sabíamos o que estava acontecendo com Jim em Paris, não sabíamos que ele estava bebendo muito e abusando das drogas."