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A Bossa do Rock and Roll

Novo documentário mostrará as influências e o legado dos Novos Baianos

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 16/06/2011, às 10h40

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<b>POR JOÃO</b> Morais Moreira e os Novos Baianos eram fãs de João Gilberto - TADEU MIRANDA
<b>POR JOÃO</b> Morais Moreira e os Novos Baianos eram fãs de João Gilberto - TADEU MIRANDA

No começo de julho deve estrear Filhos de João, o Admirável Mundo Novo Baiano, documentário que recorda a saga dos Novos Baianos, a importância do grupo para a MPB e, claro, a grande influência de João Gilberto na banda. Dirigido e produzido por Henrique Dantas, o filme tem, ao mesmo tempo, um aspecto didático e de celebração. "Nunca houve um grupo como os Novos Baianos", diz o diretor. "Eu nasci no ano em que foi lançado o Acabou Chorare. Meu pai ouvia muito a banda e assim eu conheci todas as músicas deles logo cedo. Namorei uma prima do [Luis] Galvão e fiquei querendo saber mais, afinal aquele era o cara que escreveu 'Preta Pretinha'."

Para Dantas, o longa será importante para apresentar os artistas ao público mais jovem. "Ele foi exibido no Festival de Brasília e fiquei impressionado como, logo depois, o pessoal cantava e assobiava os sucessos dos Novos Baianos. Eles eram demais, uns caras hippies e muito loucos e que misturavam Jimi Hendrix, Nelson Cavaquinho e João Gilberto." O diretor diz que ele mesmo passou a admirar mais o papa da bossa nova depois de ouvir sobre a importância dele para os Baianos. "Admito que não conhecia o João Gilberto tão a fundo até me envolver no projeto. No meio do processo, tive a sorte de assistir a um show dele em Salvador e vi que ele era mesmo o cara mais rock and roll que existiu", explica. "O Tom Zé sempre falava dele como uma verdadeira entidade e ele estava certo. O som do João é a tampa da panela da música brasileira."

Para realizar o documentário, Henrique Dantas teve de batalhar: viajou a diversas partes do Brasil para achar os ex-integrantes dos Novos Baianos e programar as entrevistas conforme a agenda de cada um dos músicos. "Eu posso dizer que, devido às circunstâncias, dei sorte", conta, aliviado. "Não tive problemas com ninguém. A banda não existe mais, cada um está hoje num canto diferente, mas eles ainda se falam, sim. Só não existe mais a motivação para tocarem juntos, o que é uma pena."