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Moderno, Brega e Pop

O trio Banda Uó, de Goiânia, transforma o tecnobrega em ritmo indie com letras sacanas

Por Bruna Veloso Publicado em 08/08/2011, às 13h04 - Atualizado em 14/09/2011, às 11h02

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<b>NA MODA</b> (Da esq.) Sabbag, Mel e Carrilho querem levar o electrobrega ao mundo - FILIPE ACÁCIO/DIVULGAÇÃO
<b>NA MODA</b> (Da esq.) Sabbag, Mel e Carrilho querem levar o electrobrega ao mundo - FILIPE ACÁCIO/DIVULGAÇÃO

"Esse homem veio e te fez cega/ Tirou tudo que tu tinha, tirou até suas prega." Não deixam de ser chulos, mas os versos e a melodia de "Shake de Amor", a música mais conhecida da Banda Uó, são irresistivelmente magnéticos. O trio de Goiânia, que mistura tecnobrega e um visual cafona, porém modernoso, desponta como um dos nomes a levar o ritmo do Pará ao público de centros urbanos Brasil afora. "A gente chama de electrobrega, mas é como se fosse um new melody. É uma música renovada, usamos a raiz e fazemos uma coisa nossa", explica Davi Sabbag, 21, que compõe as bases eletrônicas.

O vídeo de "Shake de Amor" rendeu um número significativo de acessos no YouTube (mais de 160 mil, até o final de julho) graças ao empurrãozinho do DJ e produtor Diplo, que postou o clipe no blog do seu selo, o Mad Decent. Diplo conheceu o trabalho da Banda Uó antes disso, via Twitter, com o clipe de estreia, "Não Quero Saber". As imagens haviam sido rodadas apenas para divulgar uma festa em Goiânia, em outubro de 2010. "Foi sem muita pretensão, só que na divulgação o vídeo fez sucesso. Na festa, as pessoas já sabiam cantar. A gente viu isso e pensou que podia dar certo", conta Sabbag.

Estudante de composição na Universidade Federal de Goiás, ele é acompanhado no grupo por Mateus Carrilho, 22, publicitário e principal responsável pelos vídeos, e Mel Gonçalves, 20, que cuida do visual do trio. Mel, que é transexual, resume o lado despojado da Uó: "A primeira vez que cantei no palco foi com a Banda, mas eu já cantava na igreja, quando era crente. Já fui crente, hoje em dia eu sou biscate", gargalha.

Me Emoldurei de Presente pra Te Ter, o primeiro EP, foi lançado no começo de julho para download gratuito, com produção de Rodrigo Gorky e Pedro D'eyrot, ambos do Bonde do Rolê. Agora, o plano é gravar um álbum. "A gente quer que saia entre o final deste ano e o começo do ano que vem. Todas as músicas vão ser autorais", revela Carrilho, referindo-se às bases de hits internacionais usadas nas cinco faixas gravadas, e que não estarão no próximo trabalho.

Com o lançamento das primeiras músicas, os shows fora de Goiânia aumentaram. São Paulo, Natal, Fortaleza e Recife estão entre as cidades que receberam o trio. E, apesar de citarem a maior dificuldade de locomoção e os preços mais altos de voos pelo fato de ainda morarem na capital goiana, eles sonham com o mercado internacional. "A gente quer muito fazer turnê lá fora, seguir os mesmos passos do Cansei de Ser Sexy e do Bonde", diz Carrilho.