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Ras Tafari

Ras Bernardo resgata sonoridade setentista em segundo disco solo

Bruno Natal Publicado em 02/08/2007, às 13h24 - Atualizado em 31/08/2007, às 18h45

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Ras Bernardo: Jah é luz - Divulgação
Ras Bernardo: Jah é luz - Divulgação

Os grupos de reggae brasileiros que conseguem a chance de gravar um disco buscam, na maioria dos casos, imitar a sonoridade com a qual Bob Marley conquistou o mundo. Os cariocas do Digitaldubs e os paulistas do Echo Sound System são a exceção que prova a regra. Ras Bernardo, o vocalista original do Cidade Negra, resolveu se juntar a essa crescente turma com seu mais novo disco, Jah é Luz.

"O roots não tem que ser o Bob Marley da década de 1970. Temos que fazer o roots da 'nova era', o som não pode ficar no passado", explica o carioca Ras, 44 anos. "Os próprios filhos do Bob fazem coisas novas. A galera tem que evoluir musicalmente e nas letras. O brasileiro sabe fazer reggae, vou sempre acreditar nesse potencial."

Fugindo dos estereótipos do gênero no Brasil, Jah é Luz põe o foco no baixo e na bateria, resgata a sonoridade de produções setentistas e capricha nos efeitos espaciais. Ainda que soe cru demais em alguns momentos (percussão, metais e vocais de apoio fazem falta), o disco mostra um passo à frente em relação a seus pares nacionais. Se "Só pra Te Provar" tem potencial radiofônico, "Pedido de Jah" pode agradar ao mais exigente amante do reggae.

Para atingir esse resultado, o músico se cercou da tal "nova turma": a produção ficou a cargo de Nelson Meirelles (fundador do Rappa e integrante do Digitaldubs) e Ricardo Barreto, que também tocaram baixo e guitarra, respectivamente. A mixagem ficou a cargo de Marcus Paulo Cientista (Digitaldubs, F.UR.T.O.), e a masterização foi feita na Alemanha, por Neil Perch, líder do Zion Train. "Busquei inspiração no que o canadense Twilight Circus vem fazendo - um trabalho atual junto a artistas clássicos", diz Cientista.

Jah é Luz sai longos 11 anos após a estréia solo de Ras, logo depois de abandonar o Cidade Negra por divergências em relação à sonoridade da banda. "Acho ótimo o Cidade ter conseguido fazer sucesso com essa fórmula, mas não é meu estilo. Mantive meus ideais, o que talvez tenha me travado no mercado por tanto tempo. Esse tempo me permitiu pesquisar novas fontes e aprimorar o trabalho. Estou renovado."