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Tô Nem Aí

Prestes a completar 20 anos de carreira, o Mudhoney só quer se divertir no Brasil

Pablo Miyazawa Publicado em 02/08/2007, às 10h37 - Atualizado em 31/08/2007, às 18h35

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Mark Arm (de vermelho) e o Mudhoney: na contramão do grunge - Divulgação
Mark Arm (de vermelho) e o Mudhoney: na contramão do grunge - Divulgação

Questionado sobre o iminente e inevitável revival dos anos 90, Mark Arm, vocalista e guitarrista do Mudhoney, responde sem pensar: "Que Deus nos ajude. Eu não sei se o mundo está pronto para relembrar os anos 90, mas eu definitivamente não estou". Um dos principais expoentes do movimento que lançou nomes como Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e Soundgarden, o Mudhoney preferia seguir na contramão.

Avessa à badalação e à fama, a banda ainda adota uma postura irônica frente ao culto em torno da onda grunge proveniente de Seattle. "Não que não quiséssemos ficar famosos. É que não era esse o objetivo", explica Arm, 45 anos, desde os 26 à frente do Mudhoney. "O sucesso aconteceu e foi muito legal, mas não tínhamos aquela obsessão de fazer tudo para nos tornarmos rockstars, sabe?" Fundado em 1988, o quarteto formado por membros do Melvins e do extinto Green River retorna ao Brasil pela terceira vez em seis anos para um show em São Paulo (1º de junho) e outro em Brasília (dia 2). "Sempre me divirto quando vou ao Brasil. Mas ainda não decidimos o que vamos tocar", diz Arm. "Na verdade, nem estamos em turnê. Estamos compondo, mas não vamos começar a gravar até setembro, outubro. Disco novo, só no ano que vem."

Diferentemente de seus conterrâneos cujas carreiras se encerraram precocemente (seja por morte de integrantes, seja por "diferenças musicais irreconciliáveis"), o Mudhoney completa 20 anos em 2008 ostentando uma rara estabilidade que nem mesmo Mark Arm sabe explicar a razão: "Acho que o fator principal é que curtimos tocar juntos, nos gostamos muito e jamais vimos a música apenas como uma carreira".

De poucas palavras, Arm, que trabalha na Sub Pop (selo que lançou o Mudhoney em 1988), só se torna eloqüente quando tem a chance de falar de política. "Não sei qual é o problema dos EUA, tenho me perguntado isso há 40 anos", reclama. "O legado de Bush é bem claro: será bastante horrível. Imagino que nada será resolvido no Iraque antes de ele deixar o cargo. Os problemas que ele criou serão deixados para outra pessoa. Eu ficarei surpreso se os democratas não vencerem a próxima eleição, porque as pessoas aqui estão cansadas do que está acontecendo. Mas vai saber?"