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Blonde

Frank Ocean

Jonah Weiner Publicado em 20/09/2016, às 15h36 - Atualizado em 27/09/2016, às 11h42

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Blonde
Blonde

Frank Ocean fez nome confundindo expectativas e desobedecendo “regras” de gênero. Portanto, é adequado que este novo álbum tenha uma série de charadas e desvios inesperados. Ocean trabalha no vernáculo da música negra, e este é um disco de R&B no mais elástico e expansivo sentido do termo: é oblíquo, direto, engraçado, dissonante, belo e viajante, tudo ao mesmo tempo. A começar pelo título: o trabalho se chama Blonde (loira), mas a arte da capa tem a inscrição Blond (loiro) – uma adaptação gramatical que dá ao álbum dois gêneros simultâneos. Há referências constantes sobre estados alterados de consciência, mas as letras são majoritariamente sobre relacionamentos. O artista torna provocativamente ambíguo o alcance de seus desejos. Em “Good Guy”, ele visita um bar gay para um encontro às cegas; em “Futura Free”, avisa a um antagonista: “Eu não pego mais vadias, mas a sua vadia é a minha exceção”. A sexualidade dele não é um espectro aqui, mas uma arma. Há algo de radical nisso, e apenas reafirma a maior força de Ocean: ele se recusa a ser categorizado.

Fonte: Boys Don’t Cry