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Intensidade e complexidade pontuam o segundo CD da cantora

Redação Publicado em 09/05/2009, às 09h07 - Atualizado em 12/05/2009, às 15h10

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Two Suns
Two Suns

Bat for Lashes

Two Suns

EMI

Bat For Lashes é, na verdade, uma pessoa só: a britânica Natasha Khan. Ela usa o nome para gravar desde 2006, mas só com este segundo álbum virou um fenômeno de boca a boca (ou blog a blog, definição mais apropriada). Agora a moça de 29 anos parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo: é comentada por Kanye West e elogiada pelo Radiohead, enquanto arranca elogios de fãs na internet. Uma explicação possível é a de que as músicas de Khan são intimistas e – quando tocam o ouvinte – pegam fundo. E é por isso que nenhum fã vai admitir, mas a sonoridade vocal da cantora fica entre a esquisitice de Björk e o metal operístico de Tarja Turunen (ex-Nightwish). Poderia ser algo pavoroso, mas o talento consegue salvar. Two Suns é um disco de camadas, que a cada audição revela um detalhe a mais – seja nas letras cheias de metáforas ou na base instrumental de cada faixa, que esconde sons climáticos tocados ou captados na rua (como o discreto som de metrô em “Glass”). O universo criado pela artista nas 11 músicas é tão vasto quanto complexo: “Peace of Mind” tem influência dos corais gospel norteamericanos e fala sobre redenção. “Daniel” usa bases eletrônicas para falar do personagem do filme Karatê Kid - A Hora da Verdade – o resultado é quase pop. A dedicaçãoao incomum é coroada com a participação de Scott Walker em “The Big Sleep”, canção lenta (e curta), puxada por piano, que fala sobre suicídio. Um fim apropriado para um disco intenso.

PAULO TERRON