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SOL

Música brasileira para uruguaio ver

Marcelo Viegas Publicado em 13/09/2007, às 16h08 - Atualizado em 13/11/2007, às 14h55

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A banda do Rio Grande do Sul é (da esq. para a dir.): Roger Canal, Tetsuo Kakuta, Marcelo Armani e Gue Martini - Eduardo Sield
A banda do Rio Grande do Sul é (da esq. para a dir.): Roger Canal, Tetsuo Kakuta, Marcelo Armani e Gue Martini - Eduardo Sield

Surgido no rio grande do Sul, o quarteto SOL faz mais sucesso no Uruguai do que no Brasil. Até agora, foram três passagens por terras uruguaias e pela chamada Região do Prata, sempre no esquema do "faça você mesmo", tão típico das bandas independentes. "Lá, temos nosso maior público", revela o multiinstrumentista Roger Canal. "É alucinante tocar no Uruguai, sinto que a terra ferve assim que plugamos os nossos instrumentos."

Este é um dos diversos fatos não-convencionais na história do quarteto que nasceu em 1998, em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre), mas só teve seu primeiro registro oficial em 2004 - o experimental No Descompasso do Transe: Retalhos do Meu Silêncio, que reúne gravações feitas entre 1999 e 2003. O novo álbum, A Força, lançado este ano pelo selo paulistano Amplitude, traz uma sonoridade mais orgânica e linear que o verdadeiro laboratório que foi o primeiro disco. Mas não se trata de música de fácil assimilação: a estrutura das canções paga tributo a influências estrangeiras, com invenções derivadas do jazz ("a fase experimental do John Coltrane", define Canal), barulhos à la Sonic Youth, levadas que remetem ao pós-hardcore do Mission of Burma e improvisos psicodélicos inspirados na fase Syd Barret, do Pink Floyd. Tudo isso somado a um tempero brasileiro proveniente do folclore gaúcho e do mineiríssimo Clube da Esquina. "Essa foi uma influência que vazou na nossa música de maneira despretensiosa e que está principalmente no conteúdo poético e nas letras", explica Canal (guitarra, baixo, teclados, violão e voz), líder da banda que também conta com Gue Martini (baixo, guitarra, violão e voz), Marcelo Armani (bateria) e Tetsuo Kakuta (percussão), todos autodidatas. Participações especiais acontecem com freqüência em seus shows, desde a cantora Daniela Gué - que empresta sua voz para duas músicas no álbum, "Desejos" e "Marcas do Tempo" - até o antológico guitarrista Lanny Gordin.

Ansiosos para caírem na estrada novamente ("Não visualizamos nossa música fora deste princípio 'on the road'", define Canal) e com mais um disco em fase de finalização (Solenarist Mutanos), o SOL parece incansável na tarefa de irradiar pelo Brasil. E pelo Uruguai, naturalmente.