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Coleção Cinema Marginal

Redação Publicado em 10/05/2009, às 10h25 - Atualizado em 12/05/2009, às 21h42

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Um flagrante de Bang Bang, que faz parte da coleção
Um flagrante de Bang Bang, que faz parte da coleção

Lume Filmes/ Heco Produções

Ícones do cinema underground brasileiro mantêm irreverência e anarquia o ex-caminhoneiro ozualdo candeias pegou numa câmera em 1967, rodou A Margem e fez o jovem Rogério Sganzerla entender que cinema podia ser feito na sarjeta, com câmera de lambe-lambe, película P&B e cola de sapateiro unindo as pontas. Lançou o fulgurante O Bandido da Luz Vermelha e libertou cineastas da Boca da fome do Rio, de Sampa, de Belo Horizonte e de Salvador para fazer o cinema mais irreverente de que se tem registro no país. A Lume/ Heco Produções propõe a partir deste mês um ambicioso mapeamento desta vertente batizada de Udigrudi. Serão lançados 38 filmes do movimento distribuídos em quatro boxes. O primeiro pack reúne a fina flor dos marginais, Sganzerla ataca com Sem Essa, Aranha, Tonacci com Bang Bang, o baiano André Luiz Oliveira com Meteorango Kig – Herói Intergaláctico, e o carioca Elyseu Visconti com o inclassificável Os Monstros de Babaloo. E, se você acha que é pouco, curtas dessa turma servem de upgrade para a experiência plena. Ninguém sucumbe às concessões, nem a trilha que mistura pop, rock com mambo, baião e Novos Baianos. E muito menos os atores. Há momentos em que parecem livres para desobedecer até ao roteiro. Bang Bang tem um taxista que não respeita trajetos e um pistoleiro cego que atira onde dá na veneta. Meteorango, um herói que vira Tarzan, Batman e Jesus Cristo. Sem Essa Aranha, um Jorge Loureiro que veste máscaras. E, em Os Monstros de Babaloo, um freak-show puxado por Wilza Carla cantando “Pra Frente Brasil”. Todo mundo acelera, ninguém sabe onde vai parar, mas formam o suculento caldo da criativa tragicomédia brasileira.

HAMILTON ROSA JR.