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Entrevista com o Vampiro

Hamilton Rosa Jr. Publicado em 24/11/2014, às 14h09 - Atualizado em 25/11/2014, às 12h50

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Entrevista com o Vampiro. - Divulgação
Entrevista com o Vampiro. - Divulgação

O diretor Neil Jordan não tem culpa se a onda de filmes de vampiros de hoje entrou de vez na seara do sex appeal direcionado para adolescentes. Mas sem querer ele estabeleceu o marco do gênero. Entrevista com o Vampiro (1994) traz Tom Cruise e Brad Pitt como os vampiros bonitões que nos mostram como o mal pode ser sedutor, e o ataque sanguinário ao pescoço, uma espécie de cópula. O mote, tirado do best-seller de Anne Rice, é um delírio sobre sexo e pecado para puritanos, mas Jordan subverte as expectativas. Aproveita o aspecto potencial de sedução dos galãs e cria uma elegia em que o gênero vampiro-suga-donzela nunca foi tão livre: homens aqui devoram homens e atacam crianças. É uma orgia de sangue como poucas vezes se viu, e o vampirismo serve inteligentemente de desculpa para a amoralidade. A mistura de inocência e sexo possibilita uma ruptura de gênero: o erotismo não é construído pelo fascínio dos mortais pelo poder fálico do vampiro, mas pela malícia dos duplos sentidos. A edição comemorativa de 20 anos do filme tem todo o material que já tinha sido lançado antes em DVD, mas adiciona o recém-produzido documentário Lestat, Louis and the Vampire Phenomenon.

Fonte: Warner