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A Todo Volume

Redação Publicado em 05/11/2009, às 14h07 - Atualizado às 14h13

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TRINCA DAS CORDAS - (Da esq. para a dir.) White, Page e Edge: gerações diferentes, mesmo amor pela guitarra - DIVULGAÇÃO
TRINCA DAS CORDAS - (Da esq. para a dir.) White, Page e Edge: gerações diferentes, mesmo amor pela guitarra - DIVULGAÇÃO

Davis Guggenheim

Jimmy Page, The Edge e Jack White

Tudo por Uma Guitarra

Documentário disseca o amor de novos e velhos mestres pelo instrumento

Técnico e poético, com belíssima fotografia e imensa profundidade emocional, o filme une três gerações de músicos dedicados à guitarra, a mais icônica entidade do rock’n’roll: o monstro sagrado do Led Zeppelin, Jimmy Page; o “arquiteto sônico”, como diz Page, The Edge, do U2; e o legítimo aprendiz avançado de bluesmen Jack White, do White Stripes e Raconteurs. Ainda que o título do filme, do mesmo diretor da propaganda pró-Al Gore Uma Verdade Inconveniente, prometa barulho fino e seleto saído das mãos experientes do homem que já foi o melhor guitarrista do mundo (certamente, é o mais influente), do maior manipulador de efeitos de guitarra da música pop e de um “novo roqueiro” que vendeu a alma ao diabo via blues, a sonzeira mesmo, uma jam cabulosa entre os três, nunca vem – quer dizer, vem em forma de uma hiponga “The Weight”, da The Band, e outras pequenas amostras. Mas isso não chega a ser um problema. Page, Edge e White revelam suas mais íntimas ligações com o instrumento e a música, mostrando os sons que fizeram suas cabeças, suas primeiras aquisições de seis cordas, seus compactos e discos em vinil, equipamentos e o modus operandi particular de cada um. Vamos ao estúdio de Edge em Dublin, à casa em que o Led Zeppelin gravou o irretocável Led IV no país de Gales, e acompanhamos White ensinando a um Jack White criança como impressionar as mulheres tocando piano ou como tirar um som pisando, literalmente, na notória Airline vermelha que lhe caracteriza. (Se mesmo depois de ver White tocando, e sentir o respeito que ele tem pelos mestres do blues, os xiitas do rock acharem que ele não tem nível para estar num filme como este, ao lado de uma lenda do heavy metal e de uma estrela pop, azar...). Não é, e nem pretende ser, um documentário definitivo sobre a deusa guitarra e seus discípulos. Mas revela a força motriz que leva um garoto normal de Dublin (Edge), um adolescente que aos 15 queria ser biólogo (Page) e um ex-tapeceiro em uma família de músicos (White) a se tornarem o que são: o amor pela música.

POR RICARDO FRANCA CRUZ