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Cabeça a Prêmio

Redação Publicado em 06/08/2010, às 06h17 - Atualizado às 06h18

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Alice Braga e Daniel Hendler em trama policial - Priscila Prade / Divulgação
Alice Braga e Daniel Hendler em trama policial - Priscila Prade / Divulgação

Marco Ricca

Fulvio Stefanini, Alice Braga, Eduardo Moscovis

Ator estreia na direção e traz sangue novo ao pulp brasileiro

São poucos os filmes brasileiros que conseguem evitar um retrato distorcido e exagerado do país. Até o chamado cinemafavela não escapa de fazer um apanhado carregado demais nas tintas ou cair em maniqueísmos. Cabeça a Prêmio, baseado em livro homônimo de Marçal Aquino, investe acertadamente no equilíbrio contido entre a ficção policial de Rubem Fonseca e as denúncias sociais dos filhotes de Cidade de Deus. A cena inicial de dois amigos tomando cerveja e falando em espanhol em algum cafundó é sua síntese. A bebida é o paliativo para saciar a secura dos personagens e a aridez de seus comportamentos. Estamos na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, terra de ninguém, campo fértil para o contrabando e o narcotráfico controlados pelos irmãos Miro e Abílio, que contam com dois seguranças matadores. Econômico nas palavras e vigoroso nas imagens, Cabeça a Prêmio retoma o frescor dos primeiros filmes de Beto Brant, Os Matadores e O Invasor. Aqui não existe o herói e o anti-herói, apenas um jogo de interesses mergulhado num palco de angústias. ÉRIC

Érico Fuks