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Loki

Redação Publicado em 11/06/2009, às 14h59 - Atualizado às 16h18

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Arnaldo mostra que a música rege sua existência - FOTO DIVULGAÇÃO
Arnaldo mostra que a música rege sua existência - FOTO DIVULGAÇÃO

Paulo Henrique Fontenelle

Vida em Mutação

Documentário “do bem” radiografa música e vida de Arnaldo Baptista

Todo mundo torce por sobreviventes. assim, é difícil não simpatizar com Arnaldo Dias Baptista. Ou pelo menos com Arnaldo Baptista que aparece neste documentário. Como é sabido, o ex-líder do Mutantes nunca mais foi a mesma pessoa depois que anos de abuso em drogas lisérgicas e uma queda quase fatal ocorrida no começo dos anos 80 causaram ao músico sérios danos mentais. Mesmo com todos os empecilhos e limitações, Arnaldo ainda está por aí, e pelo menos pode apreciar o reconhecimento, ainda que tardio, da música que criou na banda em que dividia espaço com o irmão Sergio Dias e a ex-esposa Rita Lee. O diretor Paulo Henrique Fontenelle teve acesso total ao músico, que vive com a esposa num sítio em Juiz de Fora (MG), e tenta passar a imagem de um Arnaldo que se esforça em ser uma pessoa produtiva e criativa, ocupando seu tempo entre a pintura e a música. Claro, o Arnaldo de hoje em dia é de uma pungência quase infantil, especialmente quando fala de Rita Lee, sua musa inspiradora nos melhores e piores momentos. Como Rita simplesmente se recusa a ter qualquer coisa relacionada com o Mutantes e seus antigos membros, não conhecemos o “outro lado” e fica difícil saber o quanto o osso doeu quando ela e Arnaldo se separaram. Tirando as inusitadas intervenções contemporâneas do homenageado, o filme se apoia em preciosas cenas de arquivo e na habitual cota de cabeças falantes (Lobão, Tom Zé) discorrendo sobre o legado de Arnaldo. Ainda que tenha lá suas falhas e concessões, Loki precisa ser assistido, não só pelo drama humano nele contido, mas também porque afinal de contas estamos falando da música do Mutantes.

PAULO CAVALCANTI