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Natimorto

Redação Publicado em 06/04/2011, às 10h43 - Atualizado às 10h43

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Divulgação
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Paulo Machline

Simone Spoladore e Lourenço Mutarelli

O escritor Mutarelli vira protagonista na adaptação do seu próprio livro

Entre os agradecidos nos créditos finais deste filme estão os nomes de Beto Brant e Heitor Dhalia: ambos influenciaram o diretor estreante em longa de ficção Paulo Machline neste romance com levada de pesadelo existencialista. O escritor Lourenço Mutarelli foi o ponto de partida para O Cheiro do Ralo, de Dhalia, em que fez ponta como um segurança; e o cinema de Brant nos vem à mente durante Natimorto, em especial seu cinema intimista, de obras como Crime Delicado e O Amor Segundo B. Schianberg. Desenvolvido quase todo no interior de um quarto de hotel, o filme adapta obra de Mutarelli e apresenta um protagonista assexuado e fumante compulsivo (o próprio escritor, estreando como ator principal), um caça-talentos fascinado por uma bela cantora (Simone Spoladore, que enche a tela quando aparece). Quando ela canta, ouvem-se sons de baleia. Mas, longe da placidez desses sons, a relação entre os personagens é um turbilhão, que coloca o homem em estado de decomposição. Os dois protagonistas são pesadelo para não-fumantes. Acendem um cigarro após o outro, fazendo previsões diárias a partir das fotos sensacionalistas dos maços, associando-as às cartas do tarô. O cantor Nasi é o narrador em off, e a ótima trilha sonora é assinada pelo versátil produtor Érico Theobaldo, o DJ Periférico.

CHRISTIAN PETERMANN