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Ninfomaníaca – Parte 1

Lars von Trier

Redação Publicado em 14/01/2014, às 03h59 - Atualizado às 04h04

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<b>QUENTE</b>
Stacy Martin e Shia LaBeouf, sem nenhum pudor
<b>QUENTE</b> Stacy Martin e Shia LaBeouf, sem nenhum pudor

Precedida de enorme polêmica, chega as telas a primeira parte da trilogia erótica

Ninfomaníaca é uma prova de fogo para Lars Von Trier. O diretor faz um cinema europeu humanista laico (esta primeira parte de Ninfomaníaca é parente da “crueza humanista” do Triângulo Amoroso, de Tom Tykwer, ou mesmo algo do Michael Haneke da fase mais provocadora). Mas irrita os fãs do cinema comercial por, ao mesmo tempo, ser um hábil manipulador da indústria de escândalos. É um truque que ele descobriu ao afirmar que fez Dogville sem sequer conhecer os Estados Unidos, o que é uma mentira bastante engraçada. Depois do polêmico banimento do diretor do festival de Cannes em 2011, lançando Melancolia, era a hora de saber se essa propensão para a provocação iria afetar o cinema dele. A boa notícia é que não. O pacote sexual é bastante escandaloso, claro. Assim como Quentin Tarantino colidiu spaghetti western e blaxploitation para desconstruir as leituras mais óbvias sobre a opressão racial, Von Trier faz uma inesperada acoplagem do soft porn europeu dos 70 e do filme-ensaio para ilustrar suas ideias sobre a explosão da franqueza sexual feminina. Ele não flerta com a misoginia como em Anticristo; responde à polêmica de Cannes com uma frase (“Antissionismo não é antissemitismo”); e colide Bach com Rammstein numa boa. Resta esperar a segunda parte, em que Charlotte Gainsbourg e Willem Dafoe terão seu tórrido encontro – essa primeira parte é principalmente de Stacy Martin (fazendo a jovem Charlotte) e Shia LaBeouf. A versão integral de mais de cinco horas do diretor vai se sustentar bem.

Elenco: Charlotte Gainsbourg e Stacy Martin