Alex Antunes Publicado em 13/03/2014, às 09h22 - Atualizado às 09h24
Segunda parte da trilogia sobre sexo segue com teorias e reviravoltas
Sexo e cinema se parecem. Exigem um certo grau de domínio técnico para caminhar para a ponta oposta do processo, a entrega à fruição gozosa da experiência. Lars Von Trier não é um incauto. Apesar da campanha provocadora, as duas partes de Ninfomaníaca não constituem um “filme sobre sexo”. É um filme sobre o mal-estar que o sexo (ou a pulsão instintiva) provoca na humanidade. Na primeira parte, havia algo de acoplagem de soft-porn com filme-ensaio (o que não deixa de ser uma descrição de um mundo dividido entre sensações e teorias). Ficava o gosto de “vamos ver até onde isso pode ir”. Neste segundo volume, quase esgotadas as possibilidades de sexo tórrido, a história de Joe (Charlotte Gainsbourg) se desenvolve até duas rupturas possíveis, o crime e a misandria (ódio aos homens). É a paciência e o senso de ordem do casto Seligman (Stellan Skarsgård), que a acolhe e para quem ela conta toda a sua história, que vão conduzir Joe à pacificação. Isso se, em uma reviravolta final, o monstro rebelde do sexo não os devorar novamente.
Fonte: Lars Von Trier
Elenco: Charlotte Gainsbourg e Stellan Skarsgård
