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O Profeta

Redação Publicado em 07/04/2010, às 06h48 - Atualizado às 14h10

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<b>PRONTO PARA A BRIGA>/b> Tahar Rahim vira chefe do submundo - Divulgação
<b>PRONTO PARA A BRIGA>/b> Tahar Rahim vira chefe do submundo - Divulgação

Jacques Audiard

Tahar Rahim, Niels Arestrup

Produção pinta forte retrato da criminalidade na França

Competindo no festival de Cannes do ano passado, o francês O Profeta teve uma acolhida mais entusiasmada do que o vencedor da Palma de Ouro, A Fita Branca. Acabou levando o Grande Prêmio do Júri, nove César (o Oscar francês) e o BAFTA inglês de melhor filme estrangeiro. A acolhida é merecida. Assim como Entre os Muros da Escola, ganhador da Palma de Ouro de 2008, O Profeta foge da fórmula francesa dos conflitos amorosos e diálogos densos. Aqui, o gênero filme de prisão ganha uma autenticidade poucas vezes vista. Malik (Rahim), um jovem delinqüente de ascendência árabe de apenas 19 anos, é condenado a seis anos de prisão. Logo percebe que a violência em um presídio francês não deixa nada a dever à do Terceiro Mundo. Para sobreviver, tem que se submeter a um chefe da máfia corsa, enquanto mantém relações complicadas com os colegas árabes. Em liberdade, Malik descobre que o mundo fora da cadeia não é muito diferente do universo carcerário. E aos poucos ergue seu próprio império, tornando-se um profeta da nova criminalidade. O diretor Jacques Audiard revela uma forte influência de Martin Scorsese para obter o máximo de efeito da violência física e psicológica. Mas a transformação gradual de Malik de pequeno contraventor a chefe do crime e os valiosos tempos mortos do filme mostram que uma certa herança francesa foi bem assimilada, ainda que em um gênero de pouca tradição no país.

Thiago Stivaletti