Redação Publicado em 10/07/2009, às 15h57 - Atualizado às 15h58
Gabriela Leite
Objetiva
Criadora da exótica grife Daspu relata como a prostituição marcou sua vida
Garota jovem, bonita, instruída e de classe média resolve se prostituir por curiosidade – e também porque rende bons dividendos . Após um tempo, cansada do batente, deixa o metiê e lança uma autobiografia relatando causos dessa experiência. Você pensa que já viu esse enredo antes, mas, apesar da similaridade, a relação de Gabriela Leite com a prostituição é bem mais profunda. Filha de um bon vivant da aristocracia paulistana com uma mulher religiosa e rígida, Gabriela cresceu em um universo de permissão e repressão. Quando cursava filosofia na USP e frequentava rodas de bar com os intelectuais da ditadura, decidiu se prostituir atraída pelo glamur da profissão. Em Filha, Mãe, Avó e Puta, ela relata de maneira elegante as agruras e as vantagens de ser uma prostituta, sem nunca cair na pornografia barata. E nessa trajetória o ponto fundamental foi se descobrir capaz de lutar pelos direitos e pela dignidade da classe, redundando a criação da ONG Davida e mais recentemente, na bem sacada “putique” de luxo, a Daspu.
POR LEONARDO DIAS PEREIRA
