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Um Chinês de Bicicleta

Ariel Magnus

André Rodrigues Publicado em 14/12/2012, às 17h33 - Atualizado às 17h35

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Ariel Magnus - Divulgação
Ariel Magnus - Divulgação

Prosa delirante e hilária revela os choques de culturas na Argentina

Em determinado momento de Um Chinês de Bicicleta, o narrador comenta sobre essa “mistura doentia de respeito e rancor” que um argentino sente ao ver um brasileiro sambar. Pois deve ser por aí que um jovem escritor nacional se posta diante da tradição literária – e de leitura – dos nossos vizinhos. Como se não bastassem os clássicos, aparece um Ariel Magnus para nos lembrar o quanto eles sabem escrever. Premiada, sua prosa é um delírio anárquico, mas que no meio da graça revela impactantes ambiguidades e um dolorido choque de culturas. Aqui existe a história de Ramiro, um técnico de informática que é sequestrado por Li, ou Fosforinho, um entregador de mercadorias condenado a quatro anos de cadeia por “tentativa de incêndio e porte de arma de guerra”. Levado para o bairro chinês de Buenos Aires, Ramiro adquire uma espécie de “síndrome da China”, algo como uma síndrome de Estocolmo turbinada. Mesmo livre do cativeiro, ele não consegue se desgrudar do local, virando um Marco Polo chapado de ópio, fazendo expedições a karaokês, restaurantes “típicos” e prostíbulos. O autor Magnus nos joga em um redemoinho de histórias surreais e cenas engraçadíssimas, porém sem nunca deixar de lado os problemas e conflitos do mundo contemporâneo.

Fonte: Bertrand Brasil