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Baseado em popular jogo para celular, Angry Birds: O Filme tem boa dose de anarquia e humor

Longa estreia nesta quinta, 12

Paulo Cavalcanti Publicado em 12/05/2016, às 12h21 - Atualizado em 17/09/2016, às 15h35

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Angry Birds - Reprodução
Angry Birds - Reprodução

Angry Birds foi criado no fim de 2009 pela empresa finlandesa Rovio Entertainment para ser jogado em smartphones. O aplicativo se tornou muito popular bem rápido e, talvez, este filme baseado nele tenha chegado com um pouco de atraso – ainda mais quando tudo é canibalizado em questão de segundos na cultura pop. Ainda assim, Angry Birds: O Filme não se revelou como uma má ideia.

Na colorida e tropical Ilha dos Pássaros, as aves que habitam o local não conseguem voar. Mas elas são alegres, boazinhas e politicamente corretas. Red é um passarinho solitário, mas bem intencionado, que só quer mesmo ficar na dele e não se envolver com fofocas. Acaba, porém, se tornando vítima das circunstâncias. O pavio curto do carrancudo bicho vermelho sempre acende e ele acaba explodindo na hora errada, do jeito errado e com as figuras erradas. Depois de cometer em seguida inúmeras mancadas, ele é mandado para uma aula de controle de raiva. Lá, encontra outros rejeitados pela sociedade aviária: o ansioso e acelerado Chuck; o ingênuo, mas explosivo Bomba e o silencioso, gigantesco e ameaçador Terêncio.

Enquanto o quarteto tenta, a duras penas, aprender o mínimo da convivência social, chega à ilha um navio repleto de porquinhos verdes comando pelo falante e oleoso Leonard. Com muito papo furado, o bicho logo seduz os passarinhos e comanda uma série interminável de exaustivas festas. Mas o objetivo da turma de Leonard é sinistro: os porcos querem, na verdade, fazer uma enorme banquete, para o qual precisam roubar todos os ovos da ilha (ovos são a iguaria preferida deles).

Naturalmente, Red percebe desde o começo que tem algo errado no comportamento supostamente amigável e hiperativo dos porcos. Com o resto dos habitantes da ilha perplexos e exaustos, Red vira um herói improvável. Contrariado, mas sabendo que precisa fazer algo, ele convoca os amigos rejeitados Chuck, Bomba e Terêncio. Juntos, partem para a Ilha dos Porcos para regatar a prole que ainda estava para nascer e impedir essa festança com os ovos. Os demais passarinhos da Ilha, como Willow, Stella e Matilda, também acabam rumando à luta. Acompanhando à distância a aventura da gangue de emplumados está a enigmática, poderosa e reclusa Mega Águia, patrono da ilha que ao longo da ação vai se revelar bem diferente das lendas que são contadas sobre ela.

Os diretores Clay Kaytis e Fergal Reilly merecem créditos por imprimir personalidade e dimensão à meras figuras de um joguinho de celular. O desenho é rápido, anárquico e furioso, cheio de piadas malucas, trocadilhos infames e referências pop. Apesar de claramente mirar no público infanto-juvenil, não fará nenhum mal ao público adulto, muito pelo contrário. O sarcasmo impera e a futilidade das redes socais é sempre alfinetada. Em termos de conteúdo e ritmo, Angry Birds mais parece uma inspirada junção das situações dos desenhos da Turma do Pernalonga, mas com tudo ainda mais acelerado e vertiginoso, misturado ao universo dos bichos bizarros de The Muppet Show. A animação em si é vibrante e detalhada, repleta de cores intensas e delirantes.

E para aqueles que sonhavam em finalmente ver na tela grande as situações do já clássico jogo, é bom aguardar pelo final apocalíptico. É tudo absurdo, infame, caótico, mas hilariante e imprevisível. Nada melhor do que ver pássaros sendo arremessados a esmo por um estilingue gigantesco, porcos explodindo, prédios desabando, etc. Quem quiser pegar os trocadilhos e citações deve tentar assistir ao longa na versão legendada, que conta com as vozes de Jason Sudeikis, Josh Gad, Danny McBride, Peter Dinklage e Sean Penn. Já na dublagem, temos Fábio Porchat, Marcelo Adnet, Dani Calabresa e outros. A trilha também é bem sacada, com canções de Black Sabbath, Rick Astley, Blake Shelton, Demi Lovato e Imagine Dragons.