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Ben McKenzie, astro de Gotham, elogia a série: “É familiar e bizarra, mas com pessoas reais, sem superpoderes”

Seriado estreia no Brasil e investiga a origem dos vilões mais perigosos que enfrentaram o Batman

Pedro Antunes, de Nova York Publicado em 29/09/2014, às 18h45 - Atualizado em 30/09/2014, às 20h40

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Gotham - Série TV 1 - Divulgação
Gotham - Série TV 1 - Divulgação

“Eu assistiria a série.” Ben McKenzie olha sério para a mesa e para os jornalistas ao seu redor. Os olhos tristonhos que esquentaram o coração das fãs da série The O.C., protagonizada por ele, no ar entre 2003 e 2007, hoje estão duros e convictos. São resquícios claros de James Gordon, personagem interpretado por ele na nova aposta da DC Comics, o seriado Gotham, a quem ele interpretava até 20 minutos atrás, naquela chuvosa e cinzenta tarde de outono em Nova York, nos Estados Unidos.

Quem é quem em Gotham, série que conta a origem dos vilões do Batman.

A série chega aos televisores brasileiros nesta segunda-feira, 29, às 22h30, pelo canal por assinatura Warner Channel, mesmo lar de outros heróis do universo da editora de quadrinhos DC, o bem-sucedido Arrow, que conta a história do Arqueiro Verde, e a estreante The Flash, cujo piloto será exibido no dia 16 de outubro. Diferentemente das outras, contudo, Gotham não foca em um super-herói conhecido, mas sim no ambiente que criou Coringa, Pinguim, Duas Caras, Mulher-Gato e, claro, o próprio Batman.

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O protagonismo de Gotham fica por conta da cidade-título, a fictícia metrópole , lar de vilões e mocinhos da mitologia do Homem-Morcego, uma espécie de Nova York do início da cena punk, no fim da década de 1960, com o clima noir e mafioso de Chicago durante a primeira metade do século passado, durante a proibição de venda e compra bebidas alcoólicas no país.

Quem mais poderia interpretar o Batman além de Ben Affleck? Temos algumas sugestões.

O princípio de tudo foi criado por Bruno Heller (das séries The Mentalist e Rome) e um dos três produtores-executivos. A ideia veio a Heller após algumas reuniões com Geoff Johns, atual diretor criativo da editora DC Comics, detentora dos direitos do Batman, e uma das melhores cabeças pensantes da companhia que vem apanhando de lavada da Marvel quando o assunto é adaptações para os cinemas, mas que vem se dando relativamente bem na televisão. “Pensei: o que aconteceria se James Gordon, conhecido como Comissário da polícia de Gotham, fosse o responsável por investigar o assassinato dos pais de Bruce Wayne?”, disse Heller, em um dos três cenários fixos montados para Gotham, no Brooklyn, em Nova York.

O gatilho puxado pelo bandido em um beco escuro não apenas matou Thomas e Martha Wayne, pais do jovem Bruce, mas também funcionou como estopim para o nascimento do herói que anos depois surgirá na cidade, tão mentalmente perturbado e traumatizado quanto os vilões enfrentados por ele.

Gotham exercita a imaginação ao colocar Gordon, interpretado por McKenzie, como o responsável por investigar o assassinato da família Wayne e responsável por tornar órfão o jovem Bruce. “Sabemos que ele não vai salvar a cidade”, diz John Stephens, também produtor executivo, responsável por séries como Gilmore Girls e Gossip Girl. “Mas ele vai ajudar a criar o Batman.”

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Mitologia do Batman

O ponto de partida da trama gira em torno na chegada de Jim Gordon à cidade após combater uma guerra não identificada. Jovem e cheio de ideal, ele é colocado como parceiro de Harvey Bullock (Donal Logue). “Ele já viu vários como Gordon”, diz Logue, também ainda vestido como o personagem, no intervalo das gravações da série. “Gordon o lembra ele. Mas os heróis não duram, na polícia, na política. Viu vários como ele e se foram.”

Gotham, fãs do Morcego, não mostrará a ascensão do herói, mas, sim, o crescimento e surgimento dos grandes violões. O escolhido para o primeiro ano será Oswald Cobblepot (Robin Lord Taylor), mas isso não quer dizer que não veremos outras surpresas como Edward Nygma/Charada(interpretado por Cory Michael Smith), Selina Kyle/Mulher-Gato (Camren Bicondova). A atriz Jada Pinkett Smith dá vida a Fish Mooney, uma personagem inédita na série.

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O pequeno Wayne é interpretado pelo jovem David Mazouz, de 13 anos. Animadíssimo com as primeiras entrevistas, o garoto não escondia a excitação por dar vida um dos personagens mais icônicos da cultura pop, mesmo que não tenha idade e tamanho necessário para incorporar o Batman como todos conhecem. “É um sonho”, diz o guri, a todo o momento olhando para a mãe, em busca de confirmação e segurança. “Foram poucas as pessoas que interpretaram o Bruce Wayne e o Batman. É uma honra estar entre eles.”

Mazouz estuda interpretação desde os seis anos e sabe falar sobre o sentimento que corrói o interior do personagem. “Bruce tem raiva. Muita raiva. Voltem aos 12 anos. Imaginem como é perder os pais?”, questiona ele. Sobre a possibilidade de assumir o manto do Morcego, ele sorri como a criança que é. “O que vocês estão esperando?”, diz ele. “Tragam logo o capuz, eu estou pronto!”

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O ponto condutor é Gordon e a forma como ele lida com toda a impureza da cidade. McKenzie interpreta uma versão mais jovem da qual o público está acostumado, mais inocente também. Mas isso não tira o peso do personagem sentido pelo ator. “É uma mitologia e um grupo de personagens amados pelo mundo todo”, diz ele. “É um personagem icônico – e essa foi uma das coisas que mais me aterrorizou.”

A relação entre Gordon e Wayne crescerá ao longo do ano e o policial ocupará uma posição de mentor do jovem e raivoso garoto. “É a relação de um cara tentando conseguir justiça sem perder a alma e um jovem que vem sofrendo uma tragédia, mas também está, de alguma forma, tentando lidar com esse mundo”, analisa McKenzie.

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Antes de aceitar o papel, o ator teve longas reuniões com Heller e com o outro produtor-executivo e diretor Danny Cannon (C.S.I. e Nikita) até se convencer de que o material que seria produzido era bom o bastante. “Se não fosse bom, seria muito ruim para a minha carreira”, diz ele. “Tivemos muitas conversas, falamos como seria feito. Não era só dizer que seria uma boa série”, relembra ele. “Gotham é uma cidade em queda, tem ares noir e de Nova York dos anos 1970. Parece familiar e bizarra, mas sem perder a realidade, ninguém tem superpoderes. São pessoas reais”, diz ele. Por fim, já desprendido dos olhos duros do detetive Gordon, ele admite: “Dizer que assistiria a série esse é o melhor elogio que eu posso fazer.”

Gotham vai ao ar às segundas-feiras, às 22h30.

Assista ao trailer da primeira temporada de Gotham: