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Por onde anda Charles Gavin? “Gravando o que é relevante para mim e para todas as outras gerações, Secos & Molhados”

Ex-baterista do Titãs deu origem ao Primavera nos Dentes, que recria músicas da icônica banda de Ney Matogrosso

Anna Mota Publicado em 13/09/2017, às 13h51 - Atualizado às 13h56

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Primavera nos Dentes - Reprodução/Facebook
Primavera nos Dentes - Reprodução/Facebook

“Quando me desliguei dos Titãs, em 2010, fiquei uns três anos sem tocar bateria. Fui refazendo minha vida, me dedicando a outros trabalhos, mas o baterista permaneceu aqui”, conta Charles Gavin. Esse desejo musical latente motivou o artista a explorar novos projetos e, assim, nasceu o Primavera nos Dentes, que lançou o disco de estreia autointitulado em agosto.

Ao lado de Paulo Rafael (guitarra), Duda Brack (vocal), Pedro Coelho (baixo) e Felipe Ventura (violino e guitarra), Gavin decidiu revisitar o repertório histórico do Secos & Molhados. “Antes de pensar com quem eu tocaria tive que quebrar a cabeça para saber o que tocaria. Então me perguntei: o que é relevante para mim e para todas as outras gerações? E a resposta veio fácil. Secos & Molhados”, explica. “É o que eu chamo de ‘música clássica popular brasileira’.”

A música brasileira contada em documentários

A ideia inicial para o Primavera nos Dentes — que leva o nome da quinta faixa de Secos & Molhados (1973) — era sair em turnê com algumas das músicas da banda que tinha na formação clássica Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad. “Eu queria montar um coletivo para tocar essas canções que ficaram ‘presas’ no primeiro e no segundo disco [do Secos & Molhados]. Muitas delas não chegaram nem a ser apresentadas ao vivo.” Mas o projeto se transformou com a dinâmica dos ensaios. “Quando começamos a tocar os arranjos originais, percebemos que esse não seria um bom caminho. Eles não estavam soando bem na nossa mão. Isso porque foram criados em uma outra época, por um outro coletivo, com outros instrumentos, com outra tecnologia e o som mudou muito”, relembra Gavin. “Por isso decidimos que íamos nos debruçar diante desse repertório e tentar fazer a nossa versão dessa obra, colocar a nossa assinatura dela. O processo demorou um ano e meio.”

O resultado foi registrado com produção de Rafael Ramos, que já trabalhou com artistas como Pitty e Vanguart, e saiu pela Deck. O disco traz onze das treze músicas gravadas pelo grupo, que deixou para lançar “Flores Astrais” e “Amor” em breve, como bônus. Mas Gavin afirma que este é só o começo. “O processo continua! Nós com certeza vamos continuar o que começamos há um ano e meio. Estamos preparando um espetáculo para a turnê.”

A estreia do grupo nos palcos acontece no próximo dia 24 de setembro, no Cineteatro São Luiz em Fortaleza, no Ceará. Ouça abaixo Primavera nos Dentes.