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Clássica casa noturna dos EUA, Blue Note ganha filial no RJ com shows de Sergio Mendes e saxofonista de Prince

O pioneiro da bossa nova e o músico que trabalhou com James Brown e Prince tocam nas primeiras datas do espaço recém-inaugurado

Paulo Cavalcanti Publicado em 07/09/2017, às 17h40 - Atualizado em 12/09/2017, às 14h21

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Além dos astros da cena hip-hop, Ricky Powell também clicou celebridades. Retratos feitos por ele do saxofonista Maceo Parker... - Ricky Powell
Além dos astros da cena hip-hop, Ricky Powell também clicou celebridades. Retratos feitos por ele do saxofonista Maceo Parker... - Ricky Powell

Inaugurado em Nova York em 1981, o Blue Note Jazz Club tornou-se um das mais emblemáticas casas noturnas dos Estados Unidos ao abrir espaço para lendas do jazz, blues e soul. Com o tempo, o local também começou a receber nomes do hip-hop, R&B e funk. No último dia 31 de agosto, o clube ganhou uma filial brasileira, localizada no Rio de Janeiro. Nesta semana, dois grandes nomes se apresentam no Blue Note nacional. No dias 7 e 8, é a vez de Maceo Parker, cantor e saxofonista famoso por ter acompanhado James Brown, Prince e George Clinton. Nos dias 9 e 10, é a vez do brasileiro Sergio Mendes.

Maceo Parker já esteve várias vezes no Brasil e acredita que a mistura de funk e soul que ele faz é a cara do país. “O brasileiro gosta de dança e diversão. É justamente isso que estou trazendo para este show no Blue Note. Também quero passar muito amor.” Além de versões para canções de Prince, Brown e da época quando estava envolvido com o pessoal do P-Funk, o show terá algumas surpresas. Entre elas, homenagens a pioneiros da soul music como Sam Cooke e Ben E. King. “Abro com ‘1999’, do Prince, e a partir daí faço uma viagem no tempo pela melhor música que o meu país já produziu”, adianta.

O músico reforça que ter trabalhado com Prince ao vivo e em estúdio foi um imenso privilégio. “Ele partiu muito cedo, mas eu o tenho no coração”, diz. Já sobre James Brown, Parker conta que foi com ele que aprendeu a ser um bandleader. “James era muito rígido e profissional. Ele me ensinou a lidar com os músicos. Mas dou total liberdade aos meus comandados”, revela.

Quando Sergio Mendes se apresenta por aqui, é sempre uma ocasião especial. É incrível, mas o pianista e bandleader não realiza visitas frequentes ao país em que nasceu. Há cinco décadas radicado em Los Angeles, Mendes ocupa o tempo com viagens pela Europa e Oriente. Também executa inúmeros projetos fonográficos no país que adotou com lar.

Sobre esta passagem pelo Brasil, ele fala: “Quando recebi o convite para ser um dos primeiros a tocar no Blue Note carioca, disse sim porque vai ser legal para lembrar os meus tempos do começo da bossa nova”. Segundo Mendes, a apresentação terá tudo que ele fez: as canções do começo da bossa nova, os hits pop da década de 1960 (“The Fool on The Hill”, “Going Out of My Head”) e o material mais contemporâneo como “Never Gonna Let You Go”. Como não poderia deixar de ser, a apresentação também chega até as colaborações dele com Will.i.am. – a versão de Mendes junto ao Black Eyed Peas para "Mas que Nada", de Jorge Ben, foi um hit mundial em 2006.

Nos últimos tempos, Mendes retornou aos holofotes. Os álbuns Timeless (2006), Encanto (2008), Bom Tempo (2010) e Magic (2014) foram bem comercialmente, renovando a música dele e atraindo um público mais jovem. Ele também se envolveu com as trilhas das duas animações da franquia Rio.

Incansável, Mendes conta que já que está planejando um novo álbum, embora ainda não tenha muitos detalhes. A grande novidade é que ele está trabalhando em um documentário sobre a própria carreira. “Os diretores e produtores acharam um vasto material de arquivo, incluindo participações das minhas diversas bandas em programas de TV dos Estados Unidos", detalha. Segundo Mendes, o filme, que deverá ser lançado em 2018, terá depoimentos de Harrison Ford, Pelé e muitos outros amigos e personalidades.