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Damon Albarn fala sobre o futuro do Blur e planeja primeiro disco solo

Músico revelou planos de fazer turnê com canções de todos os seus projetos anteriores

Jonathan Ringen Publicado em 28/05/2013, às 14h21 - Atualizado às 14h33

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Damon Albarn - AP
Damon Albarn - AP

Damon Albarn está perto de fazer seu primeiro show com o Blur nos Estados Unidos em anos, mas ele pensa em outras coisas enquanto está no terraço do hotel perto de onde seria horas mais tarde realizado o Coachella. Coisas como o disco que fez com Bobby Womack antes que a lenda do soul quase morresse no ano passado. “Ele está OK”, afirma Albarn enquanto bebe um chá verde. “Na verdade acabamos de confirmar que vamos tocar em Glastonbury – ele tem um espírito incrível, sabe?”. Ou sua incrível ópera Monkey: Journey to the West que em julho estreia em Nova York depois de fazer sucesso em Londres. “O excitante sobre produções é que elas mudam a todo momento”, diz. E ele também pensa em seu primeiro disco solo, que recentemente acertou com a gravadora XL Records.

O músico planeja entrar na estrada com o álbum, tocando músicas de toda a sua carreira, incluindo do Blur e do Gorillaz, pela primeira vez. E o novo LP do Blur, que a banda gravaria entre os compromissos neste meio de ano, é definitivamente uma possibilidade. “Estamos em algumas ocasiões quando estamos travados no meio do nada”, afirma. “Então pode ser que levemos uma semana para gravar o disco. Se conseguirmos, seria legal.”

O que leva você a fazer esses projetos tão diferentes? Tem o Blur, o Gorillaz, the Good, Bad and the Queen, duas óperas e muito mais

Eu fico entediado muito facilmente. Blur foi definitivamente meus anos 90, Gorillaz meus anos 2000, então fiz muitas coisas diferentes nesta década.

Quão conectado você se sente com as canções que fez há dez anos hoje em dia?

Gosto de tocá-las. Muitas das canções eram distópicas em suas visões de mundo. E muita coisa faz mais sentido agora do que na época. Parecia como o futuro na época, e agora parece ser o dia a dia. Então eu posso me conectar com elas.

Tem alguma música que você acha especialmente presciente?

Uma canção como “The Universal”, de 1995, que canta sobre “este é o novo século, onde o universo é livre... satélites estão em toda casa...”

Blur é uma das maiores bandas da história na Inglaterra, mas a faixa mais conhecida nos Estados Unidos é “Song 2”, que não é tão característica. Como é ter isso na manga? A reação a esta canção deve ser muito intensa.

A “woo-hoo” é, sim. Bom, graças a Deus! É uma garantia de verdade para fazer o lugar todo explodir. Infelizmente, só tem dois minutos.

De alguma maneira o Gorillaz é uma banda maior nos Estados Unidos que Blur

Ah, muito maior, sim. Seria bom tocar “Clint Eastwood” e “Feel Good Inc.” com o Blur, mas eu não posso. Eles não tocam comigo! [Risos] Mas eu terminei um disco solo – e vou fazer turnê com isso, vou tocar coisas de todas as minhas bandas diferentes.

E como é o disco?

Tenho feito isso com Richard Russell [chefe da XL Records]. Trabalhamos juntos no álbum do Bobby Womack e gostamos de trabalhar juntos. Ele fez coisas espetaculares como empresário, mas acho que ele quer focar sua energia em produção de discos. Fazer um álbum solo pode ser um desastre tão grande, então pensei que se fomos fazer esse disco com meu nome, deveria ter alguém para produzi-lo de verdade – tirar essa responsabilidade de mim. Richard faz toda a parte rítmica e eu faço o resto.

Como está Bobby?

Ele não é o mais saudável dos caras, mas está apto a fazer shows e tem um espírito incrível. Ele não deixa nada o abater por muito tempo, sabe? Assim que abre a boca e solta a voz, ele é transportado. É uma voz tão magnífica.

O que você aprendeu daquela gigantesca, espetacular turnê que fez com o Gorillaz em 2010?

Aquela foi a turnê mais cara de todos os tempos. Eu tinha 70 músicos. Fiz turnê pelo mundo, toquei em lugares grandes ao redor do mundo. Ganhei cerca de 20 libras no final de tudo [risos], então não faria isso de novo. Foi incrivelmente divertido, amei fazer, mas economicamente foi um absoluto desastre.

Fale-me sobre a ópera – o que eu vi pela internet parecia incrível.

É muito excêntrica. É colorida, jovem e fantástico para crianças. Digo, é apenas brilhante para crianças. Minha filha ficou tão inspirada que começou a aprender mandarim depois de ver a peça. E tem uma espécie maravilhosa de anti-herói que é irreverente e quase... amoral [risos]. Crianças amam personagens como este.

Que tipo de pesquisa chegou a isso?

Eu tive quatro viagens muito interessantes pela China. Fomos levados a lugares rurais e intocados longe do crescimento comercial do país. Lugares que pareciam positivamente medievais. Eu escutei a muita música tradicional também. Um dia almocei com um professor de música de Pequim e muito sinceramente perguntei: “Que tipo de dica você pode me dar para abordar isso?”. Ele me levou ao arquivo onde tinha uns mil livros com partituras chinesas e falou “bom, ou você faz desse jeito ou só... faça instintivamente”. Então fiz por este último.

O Stone Roses também vão tocar no Coachella. Eles são amigos?

Não somos amigos, mas eu os conheço. Nós ‘brits’ sempre nos juntamos. E toda aquela animosidade dos anos 90 se foi. Digo, eu toquei “Tender” com Noel [Gallagher] há duas semanas, com Paul Weller na bateria. Está tudo no passado agora.