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Elvis Presley: o ícone cultural máximo da juventude

O universo do entretenimento passou por eventos importantes em 1977, mas a morte do astro serviu para lembrar a todos quem havia começado aquele processo de mudança cultural na sociedade

Paulo Cavalcanti Publicado em 16/08/2017, às 15h29 - Atualizado às 15h33

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Elvis Presley e o famoso macacão American Eagle - AP
Elvis Presley e o famoso macacão American Eagle - AP

O ano de 1977 foi inesquecível e se revelou um tanto estranho para quem o atravessou. Foi um divisor de águas dentro da cultura pop. O punk rock e a disco music redefiniam os rumos da música, apontando para o futuro. O Eagles e o Led Zeppelin eram as maiores bandas do planeta, vendendo milhões e lotando estádios. Em maio, estreou Star Wars, causando um imenso impacto dentro do universo do cinema, da tecnologia e das artes visuais. Tudo parecia acontecer rapidamente, mas uma morte no meio do percurso serviu para lembrar a todos quem começou aquele processo de mudança no âmbito cultural da sociedade.

O dia 16 de agosto daquele ano caiu em uma terça-feira. Em meio à insuportável onda de calor pela qual passavam os Estados Unidos naquele verão, veio a notícia: Elvis Presley havia morrido em sua mansão, Graceland, em Memphis, Tennessee, por volta das 15h30, horário local. Em um tempo no qual ninguém poderia sonhar com algo como a internet, as principais maneiras de acompanhar o que acontecia ao redor do mundo eram os noticiários de televisão e os jornais diários. No Brasil, a notícia só foi confirmada oficialmente no final da tarde daquele dia.

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Para os fãs, a morte de Elvis foi um choque, claro. Mas para o resto, foi mais uma surpresa intrigante, especialmente porque ele não estava mais nos holofotes como antigamente. Elvis só era assunto mesmo dentro circuito de fãs. Ele seguia se apresentando ao vivo, em apresentações sempre esgotadas, mas erráticas, onde ficava visível que a saúde dele declinava rapidamente. Ele não tinha vida social, não aparecia na TV, não frequentava o circuito das celebridades. Vivia enfurnado em sua mansão em Memphis. Até mesmo a festiva Las Vegas, a cidade que o ressuscitou, havia ficado para trás naquele momento.

O livro Elvis: What Happened, escrito por três antigos guarda-costas do cantor, havia sido publicado algumas semanas antes da morte do cantor. A obra revelava os piores aspectos da vida de Elvis, sugerindo que ele ingeria drogas em grandes quantidades. Então, depois de todas estas revelações, começaram as especulações. Elvis teria morrido mesmo de arritmia cardíaca, como havia apontado a autópsia, ou de overdose, como outros acusavam? A cada dia os jornais publicavam atualizações sobre o que realmente teria causado a morte do Rei.

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O último disco lançado por Elvis foi Moody Blue, em julho de 1977. O álbum era uma colcha de retalhos, contendo algumas gravações de estúdio feitas em 1976 em Graceland e algumas faixas ao vivo. Naturalmente, se tornou um best seller após a morte do cantor. O single “Way Down” chegou à primeira posição da parada inglesa. A indústria de relançamentos tornou Elvis o maior vendedor de discos de todos os tempos.

Quando soube da morte de Elvis, o Coronel Tom Parker, empresário dele, teria dito: “Isso não muda nada”. Ele queria dizer que Elvis ainda seria uma impressionante fonte de renda. Nunca foi novidade o fato de artistas mortos faturarem ainda mais do que quando vivos, mas no caso de Elvis, as cifras eram milionárias além do esperado.

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Independente de números e faturamento, Elvis nunca seria esquecido. Ele ainda seria uma referência enorme no mundo da música. Com o cantor morto, a imagem dele ficou congelada. Não existia mais o ser humano para atrapalhar o ícone, o mito, a lenda. Há 40 anos, a imagem de Elvis como ícone cultural máximo da juventude ficou cristalizada. Elvis poderia ser o que as pessoas quisessem. E assim segue até hoje.