Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Star Trek: Sem Fronteiras é o mais excitante desde o reboot da franquia

Filme chega a tempo para celebrar os 50 anos da franquia Star Trek

Paulo Cavalcanti Publicado em 01/09/2016, às 11h06 - Atualizado em 02/09/2016, às 18h33

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Foto de <i>Star Trek: Sem Fronteiras</i> (2016) - Reprodução
Foto de <i>Star Trek: Sem Fronteiras</i> (2016) - Reprodução

Atenção, pode conter spoilers

Na semana que vem, mais especificamente no dia 8 de setembro, serão celebrados os 50 anos de surgimento de Star Trek, que com o passar das décadas,se tornou uma das franquias de maior sucesso de todos os tempos. Mas enquanto os fãs se preparam para celebrar a data, já podem antecipar a festa com a estreia de Star Trek: Sem Fronteiras, o terceiro filme do reboot engendrado pelo produtor e diretor J.J. Abrams. Os dois filmes anteriores, Star Trek (2009) e Além da Escuridão: Star Trek (2013), agradaram aos fãs e este é ainda mais excitante. O diretor Justin Lin capturou de forma intensa o sentimento e o espírito da série e dos filmes.

No novo filme, a USS Enterprise desembarca em uma base espacial em Yorktown (uma espécie de Nova York futurista e deslumbrante) para que a tripulação tenha um tempo livre e a nave seja reabastecida. O Capitão James T. Kirk (Chris Pine) revela que se sente cansado das missões espaciais que executa ao lado da fiel tripulação. Ele pensa seriamente em requisitar o posto de Vice-Almirante e permanecer em terra firme. Coincidentemente, o primeiro imediato Spock (Zachary Quinto) também quer deixar a nave e a Federação e voltar para Vulcano, seu planeta natal. Mas enquanto os dois comandantes decidem o que fazer da vida, a Enterprise é enviada a uma missão de resgate em planeta misterioso. Ao chegar lá, a nave espacial é destruída e a tripulação acaba dispersando em meio ao ambiente hostil. Eles descobrem que toda a ação foi comandada pelo ditador alienígena Krall (Idris Elba). De posse de um instrumento de destruição que estaria na Enterprise, Krall parte para arrasar Yorktown e, assim, eliminar a Federação e tudo o que ela representa. No final é revelado o motivo de tamanho ressentimento por parte dele. Mas é claro que Kirk e companhia, ao lado da alienígena Jaylah (Sofia Boutella, que rouba a cena) usam todos os recursos e saem no encalço de Krall para evitar que a humanidade tenha um final amargo.

Feito para cobrir todas as bases, Star Trek: Sem Fronteiras é um verdadeiro presente para os trekkies nesta data especial. Chris Pine está cada vez mais seguro e à vontade como o icônico Capitão Kirk e o resto dos atores também veste a camisa da tripulação da Enterprise de forma inspirada e natural. Justin Lin, diretor mais conhecido pelo trabalho na franquia Velozes e Furiosos, cria espaço para interação dos personagens clássicos. Durante boa parte do filme Kirk fica ao lado do piloto Pavel Chekov (Anton Yelchin) e a relação entre eles é a de mestre e aprendiz. Melhor ainda é o embate entre Spock e o Doutor Leonard “Magro” McCoy (Karl Urban). O eterno humanista McCoy se inflama com o comportamento frio e racional de Spock, mas apesar das diferenças e dos arroubos verbais, eles acabam se completando. Simon Pegg, que vive Montgomery Scotty, é um dos roteiristas do filme. O folclórico engenheiro escocês acaba sendo novamente o alivio cômico, mas agora tem um pouco mais de espaço. Já Hikaru Sulu (John Cho) e Nyota Uhura (Zoe Saldana) poderiam ser aproveitados de uma forma mais substancial, mas em um filme com um elenco tão grande, alguns personagens acabam tendo menos tempo na tela, infelizmente.

A produção traz uma alta cota de ação, perseguições, explosões e exibe toda uma gama de efeitos especiais de última geração. Tudo isso é muito bem executado, mas estas tecnológicas não roubam a alma e o coração do filme. Star Trek: Sem Fronteiras também tem um aspecto doce-amargo. Apesar do lógico Senhor Spock se mostrar sempre impassível, ele se comove com morte do ancestral Embaixador Spock (Leonardo Nimoy), fazendo assim uma ponte entre um acontecimento da vida real com uma situação criada para o filme. E é triste saber que o filme marca a última aparição de Anton Yelchin, que morreu no dia 19 de junho aos 27 anos, depois de um bizarro acidente automobilístico. Em Star Trek: Sem Fronteiras, o Chekov criado por ele teve mais espaço para dizer a que veio e Yelchin, com talento, aproveitou cada instante.