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Exclusivo: “Quanto mais protestarem, melhor”, diz Ozzy Osbourne sobre nova música

Vocalista fala sobre ”God is Dead?”, primeiro single do novo disco do Black Sabbath

Pablo Miyazawa Publicado em 19/04/2013, às 13h46 - Atualizado às 13h48

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Black Sabbath - AP
Black Sabbath - AP

O Black Sabbath divulgou nesta quinta, 18, o primeiro single do álbum 13, previsto para 11 de junho. “God is Dead?” é uma faixa de mais de oito minutos de duração cuja letra, escrita pelo baixista Terry “Geezer” Butler, é inspirada em conceitos do filósofo alemão Friedrich Nietzsche e baseada em uma ideia trazida pelo vocalista Ozzy Osbourne.

“Eu estava esperando para ser atendido no médico e havia uma revista Time na sala de espera com a chamada ‘God is Dead’. E pensei, ‘Uau, isso é legal’”, explica Ozzy, em entrevista exclusiva para a Rolling Stone Brasil, ressaltando que espera que a faixa irá gerar polêmica por causa do tema controverso.

“God is Dead?” não é justamente o tipo de música que vai causar polêmica por causa do tema?

Eu espero que sim. Quanto mais pessoas protestarem, melhor. Nos anos 80 e início dos 90, alguém decidiu colocar adesivos nas capas dos discos [os selos “parental advisory”, criados para designar discos com conteúdo dito “impróprio”]. As vendas subiram, porque a molecada queria conhecer justamente aqueles álbuns que diziam que elas não podiam ouvir. E isso vendeu mais discos!

O Black Sabbath já falou sobre todo tipo de assunto nas músicas. Por que você acha que, de modo geral, as pessoas só se recordam das letras com conteúdo satânico?

Sabe, algumas das músicas que escrevi até poderiam ser consideradas pró-satanistas ou algo parecido. Mas nunca ninguém fala sobre o fato de que Terry [Geezer Butler] escreve essas letras incríveis. E quando você olha para elas do jeito certo, compreende: esta, que se chama “God is Dead?”, não é sobre Deus estar morto. É sobre alguém lhe dizendo que Deus está morto, e daí eu digo que não acredito que Deus esteja morto. Existe uma mensagem positiva no final da música, não é aquilo de “ah, estou feliz, muito satisfeito de que Deus está morto.” Não é que esteja dizendo que o diabo é quem domina tudo, e essas merdas.

E por que esse tipo de incompreensão acontece?

Porque eles todos têm a mente limitada. Pensam: “Oh, é o Black Sabbath, Deus está morto: é uma música anti-Deus, eu tenho de protestar!”. Eles nem escutam a porra da mensagem, entende? Não entendem a mensagem do Terry, de que há um final feliz. Não é como se estivéssemos dizendo “estou contente que Deus esteja morto”, ou “longa vida a Satã”. Eu posso afirmar que as pessoas vão simplesmente ler o nome da música e pronto, é isso o que vão entender. Elas nunca escutam o final da mensagem, sabe?

Você confere mais da entrevista do Black Sabbath na edição de junho da Rolling Stone Brasil.

Para ouvir a música, clique no player abaixo: