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Festival do Rio 2012: Moonrise Kingdom transforma o antigo em novo

O diretor Wes Anderson faz o que sabe sem cair no erro de ficar preso em sua própria fórmula

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 04/10/2012, às 11h02 - Atualizado às 13h07

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Moonrise Kingdom - Reprodução
Moonrise Kingdom - Reprodução

Logo no início de Moonrise Kingdom, uma voz mostra como funciona uma orquestra. Ela apresenta o conceito de variações, formas diferentes de se tocar o mesmo tema musical, por meio da obra de Benjamin Britten. Neste sétimo longa-metragem, Wes Anderson faz basicamente o mesmo que o compositor: variações sobre o tema. Os que já viram os filmes anteriores do diretor irão reconhecer diversos elementos familiares mas, ainda assim, provavelmente sairão emocionados desta fábula sobre a idade adulta e o amor.

Um dos primeiros sinais do igual que Anderson torna diferente aparece pouco tempo após o final dos créditos. O narrador (Bob Balaban) é humanizado, sem qualquer motivo aparente. Em vez de ser uma presença onisciente, é um historiador que, aos poucos, ajuda a preencher lacunas na compreensão da trama, inclusive entrando em contato direto com os personagens.

A trama está centrada em Sam (Jared Gilman), personagem típico de Anderson. Inteligente demais para sua idade, o jovem escoteiro já conta com aspirações de adulto e trata de temas complexos até para os mais velhos com uma suposta firmeza que deixaria Max, de Três É Demais, com inveja. Ele se apaixona por Suzy (Kara Hayward), uma outsider como ele, e ambos literalmente partem para uma ilha deserta, onde descobrem o amor e também as consequências de seus atos.

Pais, irmãos, amigos escoteiros. Todas as partes envolvidas se unem na busca pelos dois desaparecidos. Alguns dos atores mais utilizados por Anderson, como Bill Murray e Jason Schwartzman, estão presentes, mas as fortes adições dão fôlego ao filme. Em especial Edward Norton e Bruce Willis, ambos excelentes em seus papéis. A dupla mirim de protagonistas também apresenta frieza digna de veteranos.

Em uma indústria em que a palavra originalidade é praticamente uma ofensa, Wes Anderson é um dos poucos raios de esperança, fazendo o que sabe sem cair no erro de ficar preso em sua própria fórmula.

Terça - 02/10/2012 - Kinoplex Leblon 4 – 14h

Terça - 02/10/2012 - Kinoplex Leblon 4 – 19h

Quinta - 04/10/2012 - Est Vivo Gávea 5 – 15h

Quinta - 04/10/2012 - Est Vivo Gávea 5 – 21h40