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Festival do Rio 2013: “Quando vi o filme, percebi que estava brava”, diz diretora francesa Claire Denis sobre Bastardos

Diretora é conhecida por filmes como Chocolate, Bom Trabalho e 35 Doses de Rum

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 30/09/2013, às 13h35 - Atualizado às 16h02

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Claire Denis - Silvia Izquierdo/AP
Claire Denis - Silvia Izquierdo/AP

A diretora francesa Claire Denis veio ao Festival do Rio promover Bastardos, seu mais novo trabalho. Sobre o longa, que mostra uma trama de mistérios protagonizada por Chiara Mastroianni e Michel Subo, a cineasta é direta. “Estava em uma época em que todos me diziam: 'Claire, há algo errado, você está sempre brava com as pessoas.' Eu negava. Mas quando vi o filme, percebi que estava brava, provavelmente muito brava”, disse em entrevista à Rolling Stone Brasil.

Dona de uma carreira de 25 anos, Denis estreou com Chocolate, drama responsável por retratar muito de sua experiência vivendo em países da África colonial até os 15 anos. “Meu primeiro filme recebeu destaque por ser exótico, filmado na África. Era um filme puro, mas depois que eu entendi tudo aquilo, não conseguia, e nem queria, fazer aquele mesmo tipo de trabalho”, conta a diretora.

Após seu sucesso inicial, muitos a viram como a pessoa ideal para seguir na temática. “Tive que negar diversas propostas de fazer histórias na África colonial. Esperavam que eu fosse especialista, mas não foi difícil mudar, eu achei facilmente outro tipo de história que queria contar” afirma. “Era muito ingênua. Talvez continue a mesma pessoa ingênua, mas sabia que jamais poderia voltar ao momento do primeiro filme”, conta.

Nos anos seguintes, ela experimentou e procurou temas e projetos diferentes e desafiadores. “Quando fiz Bom Trabalho [1999], queria falar sobre a vida militar e estivemos em condições muito difíceis”, relembra a cineasta sobre o filme vencedor da Palma de Ouro. “Tínhamos apenas 4 semanas para filmar e pouco dinheiro, mas de alguma maneira todas essas condições ruins tornaram o filme mais forte, pois tornou-se quase algo tão doloroso quanto estar no exército”, analisa.

Situação semelhante, segundo a própria diretora, aconteceu em 2004. “Quando fiz O Invasor, achei que tudo seria difícil, por estarmos viajando com pouco dinheiro”, diz. “Mas a ideia original do filme veio de um livro e eu estava tão conectada que tudo fluiu naturalmente, até mesmo as viagens, e tudo foi óbvio. Não fácil, mas óbvio”, conclui a diretora.

Confira os horários de exibição de Bastardos no Festival do Rio:

Segunda (30/9), às 20h, no Estação Vivo Gávea 5