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Filho lança site com obra de Renato Russo: “Meu pai é um contemporâneo do futuro”

Página oficial terá informações sobre livros, filmes e peças teatrais baseados na vida e obra do ex-líder do Legião Urbana

Pedro Antunes Publicado em 25/03/2014, às 13h41 - Atualizado em 26/03/2014, às 19h04

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Renato Russo - Divulgação / Acervo / Site oficial
Renato Russo - Divulgação / Acervo / Site oficial

A partir desta quinta-feira, 27, o domínio www.renatorusso.com.br abrirá as portas para todo o universo da obra de Renato Russo, morto em 1996, aos 36 anos. Com a chancela do filho do músico, Giuliano Manfredini, o endereço se propõe a reunir todo o material que envolve o antigo Legião Urbana.

Entrevista - “Eu acho que esse lance de cantar é um ato de coragem”, diz ator que interpreta Renato Russo em filme.

“Sempre senti que a obra estava espalhada”, disse Giuliano, responsável pelo projeto, à Rolling Stone Brasil. A ideia do portal surgiu justamente com o show Renato Russo Sinfônico, que apresentava um holograma do cantor. “Vinha pensando em organizar esse material e até criar mecanismos para a participação dos fãs neste processo”, continuou ele.

Os fãs, neste caso, ajudaram a catalogar e reunir material para o site oficial do músico. A ideia do filho de Renato era também buscar entender quais as expectativas deles daqueles que não eram tão conhecedores do material do Trovador Solitário. “Quando falamos em fãs, falamos de todos, não somente daqueles organizados nos fã clubes”, diz ele. “No site, todos poderão buscar e também acrescentar informações. É como um fórum permanente e em movimento constante.”

O site promete reunir informações sobre músicas, livros, filmes e peças teatrais sobre Renato e a obra dele. Curiosidades e a listagem com todos os cantores que já gravaram alguns dos sucessos compostos pelo músico também poderão ser encontrados por lá. Clique na foto acima para ver outra imagem que estará disponível no site.

Crítica - "Meu pai sempre quis que virasse um filme", diz filho de Renato Russo sobre Faroeste Caboclo.

A página passa a incorporar o site oficial do Legião Urbana, que “estava desatualizado desde 2006”, diz Giuliano. “E, com toda a razão, os fãs acusavam esta falha o tempo todo. Havia em mim, diante disso tudo, um sentimento de disciplina e uma necessidade de organização desse conteúdo.” Com isso, a discografia e as biografias de todos os integrantes da banda estarão presentes no site.

Como contou o filho de Renato, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá participaram do processo de criação do site. “Afinal, eles são a Legião Urbana também, assim como o Renato Rocha, o Eduardo Paraná e outros que compuseram esta história junto ao meu pai”. As disputas judiciais travadas por eles, Giuliano de um lado, Villa-Lobos e Bonfá de outro, já foram colocadas para trás. “Para mim, esse é assunto passado e superado!”, disse ele.

Galeria - Dez filmes inspirados em canções.

Dezenas de profissionais estiveram envolvidos na criação do site, desde a equipe da Legião Urbana Produções até web designers e agências de comunicação, segundo revelou Giuliano. “O material físico também estava espalhado entre o Rio e Brasília”, comenta ele sobre as dificuldades em reunir as informações. “Agora já está tudo em um só lugar.”

Ele revela que começará um trabalho de tratamento de todo o acervo deixado por Renato Russo e o resultado será exibido em uma exposição itinerante que circulará a partir de 2016. Outro projeto de Giuliano, de uma série inspirada na música “Eduardo e Mônica”, contudo, não teve o mesmo destino. “Havia uma conversa inicial, mas não prosperou.”

No ano passado, os cinemas brasileiros foram invadidos por Renato Russo com os filmes Faroeste Caboclo (baseado na história da canção homônima) e Somos Tão Jovens (uma cinebiografia do início do descobrimento de Renato como artista). “A obra dele é polivalente, genial, adaptável para o cinema, o teatro, a internet, a literatura, a todas as formas de manifestação criativa”, disse.

Crítica: Somos Tão Jovens, longa-metragem que narra o descobrimento de Renato como músico.

Os filmes, aliás, são vistos por Giuliano como fatores importantes para consolidar a posição de Renato como “o maior ídolo do rock brasileiro”. “Isso [chegada aos cinemas de dois longas] apontou na direção de ele se tornar um ícone da cultura nacional. Basta nos lembrarmos das músicas da Legião orquestradas para milhares de pessoas, técnicas cinematográficas de vanguarda como o holograma, livros didáticos, fora centenas de tributos para todos os lados, até no Japão.”

No ano passado, a música de Renato “Que País É Este?” parece ter dado o tom das manifestações que pararam o país em junho. Versos de revolta e pedidos de mudança teriam despertado 26 anos depois do lançamento do álbum Que País É Este 1978/1987? “Isso só prova como a obra é atemporal e como ele era realmente um visionário! Ele vive...”, reflete Giuliano. “Meu pai é um contemporâneo do futuro. Renato Russo esteve entre nós, mas estava muito adiante de nós.”