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Gene Simmons teve que convencer Eddie Van Halen a não entrar para o Kiss

"Você não vai ser feliz no Kiss”, ele disse ao guitarrista no começo dos anos 1980

Rolling Stone EUA Publicado em 14/03/2014, às 16h38 - Atualizado às 22h28

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Gene Simmons uma vez teve que pedir a Eddie Van Halen que desistisse da ideia de deixar a banda que leva seu nome para se juntar ao Kiss, possivelmente alterando o curso da história do rock and roll. Em entrevista recente à Guitar World, o músico, que irá integrar o Hall da Fama d Rock, confirmou os rumores de que na época do disco do Kiss Creatures of the Night, de 1982, o virtuoso guitarrista falava “muito sério” sobre fazer a troca de bandas.

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“Ele estava tão infeliz com a forma como ele e [David Lee] Roth estavam – ou não estavam – se entendendo. Eles não se suportavam. E o uso de drogas era excessivo”, disse Simmons. De acordo com o fundador do Kiss, Van Halen o levou para almoçar em um restaurante na rua do estúdio Record Plant, em Nova York, acompanhados de Vinnie Vincent (que terminou se juntando à banda pouco tempo depois). “Eddie disse: ‘eu quero fazer parte do Kiss. Não aguento mais brigar com Roth. Estou de saco cheio disso’”, relembra Simmons. “Mas eu disse a ele, ‘Eddie, não tem um lugar sobrando. Você tem que estar em uma banda em que você comanda a música. Você não vai ser feliz no Kiss.’ Falei para ele desistir. Não se encaixava”.

Simmons ainda admitiu que ele estava em meio a uma crise própria no que dizia respeito à identidade dele na banda no começo dos anos 1980, e que Paul Stanley estava assumindo muito do trabalho pesado no Kiss, enquanto Simmons ia atrás de uma carreira de ator em Hollywood.

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“Estava começando a afetar a banda. Não era rock and roll”, ele disse, notando que o guitarrista original da banda, Ace Frehley, estava entre os integrantes da banda que reclamavam com razão das ambições extracurriculares. “Mas talvez eu só quisesse ser reconhecido fora do Kiss. Minha vida no Kiss é como ser uma garota com peitos enormes. Tudo o que falam é sobre a maquiagem, ou ‘deixe-me ver sua língua’. Às vezes você quer dizer: ‘dá para olhar nos meus olhos para a gente poder ter uma conversa?’”

Stanley recentemente disse à mesma publicação que a decisão de reinventar o Kiss tirando a maquiagem acabou prejudicando a banda. Mas Simmons diz que a atitude, antes inimaginável, os salvou. “Quando fizemos aquilo, se funcionou – e funcionou – foi por causa de Paul. As pessoas realmente gostaram de Lick It Up. As arenas se encheram novamente. Depois vieram Asylum, Animalize. Álbuns que venderam muito bem. Mesmo com todos os guitarristas diferentes – Vinnie Vincent, Mark St. John, Bruce Kulink – aquilo parecia que não importava para os fãs. Continuamos a seguir em frente”.

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A introdução do Kiss ao Hall da Fama tem sido motivo de brigas internas na banda. As dúvidas sobre a formação – se os atuais substitutos de Frehley e do baterista Peter Criss seriam inclusos – fizeram com que o grupo decidisse não se apresentar na cerimônia. Mas Simmons admite que continua orgulhoso por ser reconhecido com a honraria.

“Acima de tudo, isso importa muito porque importa para os fãs”, ele disse. “Porque a cada coisa que fazíamos, nós fomos espancados – pela crítica, pelas pessoas que nunca fizeram nada – mas não por eles. E esse cômodo [faz menção com as mãos para o escritório na casa dele, abarrotado de coisas dos 40 anos de memorabilia do Kiss], sim, é um pouco de auto-idolatria, mas é também uma lembrança de que tudo o que o Kiss alcançou teve que ser suado, foi com muita luta e dor. Nada veio de bandeja para a gente. A montanha não veio a Mohammed. Tivemos que ir até a montanha”.