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A Entrevista: Coreia do Norte dá resposta às sanções norte-americanas

País asiático cita “repugnância e hostilidade” dos Estados Unidos e reforça negativa aos ciberataques à Sony

Rolling Stone EUA Publicado em 05/01/2015, às 10h00 - Atualizado às 12h31

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A Entrevista - Reprodução
A Entrevista - Reprodução

A Coreia do Norte divulgou uma resposta às sanções que o Ministério do Tesouro norte-americano fez ao governo da República Democrática Popular da Coreia após o envolvimento do país nos ataques hacker à Sony. “A ação persistente e unilateral tomada pela Casa Branca de soltar ‘sanções’ contra a Coreia do Norte claramente prova que isso não está distante da antiga repugnância e hostilidade em relação à Coreia do Norte”, disse o comunicado enviado pelo país, segundo a agência de notícias AP.

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Depois que o FBI determinou que o país asiático está “envolvida de forma central” nos ataques à Sony – uma conclusão que agora está sendo vastamente questionada por especialistas em cibersegurança –, o presidente Barack Obama prometeu uma ação “proporcional e apropriada”.

A “primeira demonstração” da resposta veio em 2 de janeiro, quando Obama assinou uma ordem executiva que sancionou determinados bens individuais e de comércio da Coreia do Norte.

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O país asiático tem negado firmemente qualquer tipo de envolvimento nos ataques à Sony, ainda que o ciberataque aparentemente tenha sido inspirado pelo filme A Entrevista, que tira sarro do líder norte-coreano Kim Jong-un.

“A política persistentemente exercida pelos Estados Unidos para reprimir a Coreia do Norte, provocando uma troca de farpas de maneira desnecessária em torno disso, vai apenas aumentar o desejo e determinação em defender a soberania do país”, diz o comunicado enviado pelo país asiático, acrescentando que a nova leva de sanções não irá enfraquecer o país.

Entenda o caso

O NY Times informou que o ataque hacker, que levou ao vazamento de filmes inéditos e informações das contas de e-mail de executivos, foi patrocinado. Ele foi, também, o ataque mais destrutivo já visto em solo norte-americano.

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Pesquisadores forenses da Sony estão investigando se os ataques tiveram ou não ajuda interna. “É claro que eles já tinham acesso à rede da Sony antes do ataque”, disse à publicação Jaime Blasco, um pesquisador de segurança da AlienVault.

Também já havia sido divulgado que os hackers tinham deixado pistas. Eles utilizaram programas comercialmente disponíveis para tirar dados da rede da Sony e usaram técnicas que se assemelham às de ataques anteriores, na Arábia Saudita e na Coreia do Sul.

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Uma fonte identificada como oficial de inteligência dos Estados Unidos disse ao NY Times: “Isto foi de uma sofisticação que, se tivesse acontecido anos atrás, diríamos que estaria abaixo da capacidade da Coreia do Norte”.

Intervenção da ONU

Em julho deste ano, a Coreia do Norte fez uma reclamação formal à Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito do filme. “Permitir a produção e distribuição de um filme sobre um chefe de Estado soberano deve ser considerado como um incentivo ao terrorismo, bem como um ato de guerra”, afirma o texto assinado pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, Ja Song Nam.

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“As autoridades dos Estados Unidos deveriam tomar ações imediatas e apropriadas para banir a produção e distribuição do filme, caso contrário serão totalmente responsáveis por encorajar e patrocinar o terrorismo”, acrescenta.