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Jogos Vorazes: A Esperança - O Final: Jennifer Lawrence traz uma franquia adormecida de volta à vida

Último filme da saga estreou na última quarta-feira, 18, nos cinemas do Brasil

Peter Travers Publicado em 19/11/2015, às 10h05 - Atualizado às 10h57

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Mahershala Ali, Jennifer Lawrence e Liam Hemsworth em <i>Jogos Vorazes: A Esperança - O Final</i> - Reprodução
Mahershala Ali, Jennifer Lawrence e Liam Hemsworth em <i>Jogos Vorazes: A Esperança - O Final</i> - Reprodução

O público ficou bravo com Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, de 2014, o terceiro longa-metragem da franquia. Com razão, as pessoas se sentiram enganadas por uma jogada financeira que dividiu o último livro da trilogia de Suzanne Collins em dois filmes, sendo que um só teria sido suficiente. A Esperança - Parte 1 enrolou tanto que as partes empolgantes se perderam pelo caminho.

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Mas A Esperança - O Final, que estreou nesta quarta-feira, 18, nos cinemas do Brasil, deixou para trás o clima arrastado e nos relembrou que, realmente, o livro traz uma história para se devorar. É visualmente vistoso, claro, mas o filme também é válido pela temática pesada, por mostrar que o poder pode corromper tanto heróis quanto vilões. O diretor Francis Lawrence retorna, ao lado dos roteiristas Peter Craig e Danny Strong, e eles agem como cavalos libertados das rédeas.

Jennifer Lawrence estampou a capa da edição de novembro da Rolling Stone Brasil; relembre.

Mas será que essa renovação na energia vai reverter a curva descendente da bilheteria da franquia? A Esperança - Parte 1 rendeu cerca de US$ 70 milhões a menos que os US$ 408 milhões do primeiro longa-metragem da série, Jogos Vorazes (2012). Uma coisa é certa: se a nova produção vingar, agradeça à protagonista.

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Jennifer Lawrence ganhou um Oscar (com O Lado Bom da Vida) e ficou conhecida mundialmente desde que estreou no papel de Katniss Everdeen, em 2012. Aos 25 anos, ela levou a personagem de uma adolescente tímida e escravizada pela pobreza a uma mulher "pegando fogo", uma rebelde lutando pela liberdade com arco e flecha e com o espírito para derrubar a capital, liderada pelo déspota Presidente Snow (Donald Sutherland). Jennifer é o tipo de estrela que seguiríamos para qualquer lugar, o que faz dela a Katniss ideal.

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Mesmo quando a série Jogos Vorazes recorre a velhos truques, Jennifer é o oxigênio que traz o filme de volta à vida. Katniss triunfa no papel do tordo, o símbolo do movimento para encerrar o reinado de terror de Snow. E o filme dá a ela outros obstáculos.

Francamente, não estou nem aí se ela termina com o chato do Gale (Liam Hemsworth) ou com Peeta (Josh Hutcherson), que sofre lavagem cerebral de Snow, mas não suficientemente para ganhar personalidade. A melhor parte vem de fora da história de amor. Sutherland é um prazer de assistir no papel de Snow. Julianne Moore se supera como Alma Coin. Elizabeth Banks está maravilhosa como a superficial Effie Trinket, que vai de esteticamente excêntrica a aliada de Katniss. Philip Seymour Hoffman não viveu para terminar o papel como o mestre dos jogos Plutarch. Mas ouvimos as últimas palavras do personagem em uma carta lida de forma comovente por Haymitch (Woody Harrelson).

Mesmo com a ação desenfreada – bombas, minas terrestres, mutantes underground, afogamentos em petróleo –, Katniss encontra um eixo moral e não se perde na jogada do reality show que lhe é imposto (as ações dela são registradas em vídeo por Cressida, interpretada por Natalie Dormer). Isso é um risco em uma Hollywood focada em satisfazer o curto poder de concentração das pessoas. Mas é o que coloca A Esperança - O Final acima da maioria, permitindo que Jogos Vorazes se despeça em grande estilo.