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O Homem Que Caiu na Terra retorna aos cinemas

Cultuado filme de 1976 estrelado por David Bowie terá exibido limitada em algumas cidades do país

Paulo Cavalcanti Publicado em 12/01/2017, às 15h31 - Atualizado às 16h48

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<i>O Homem Que Caiu na Terra</i> - Reprodução
<i>O Homem Que Caiu na Terra</i> - Reprodução

Estes últimos dias pertenceram a David Bowie. No dia 8, o astro foi celebrado pelos 70 anos que completaria se estivesse vivo. Já em 10 de janeiro, o planeta lembrou que ele havia morrido havia exatamente um ano. Para fechar a semana Bowie, ele volta à tela grande a partir desta quinta, 12, com O Homem Que Caiu na Terra, o polêmico e cultuado filme que Bowie estrelou em 1976 e que foi dirigido por Nicolas Roeg. As cópias foram remasterizadas e o filme está na íntegra, com 138 minutos – basta lembrar que ele circulou em muitas versões cortadas e editadas, especialmente nas cenas de sexo e nudez. O filme será exibido em locais e datas específicas – veja a grade abaixo.

No filme, Bowie vive Thomas Jerome Newton, um misterioso homem de negócios supostamente inglês que vai aos Estados Unidos e fica milionário ao fabricar e patentear uma série de engenhocas incomuns. Na verdade, Newton é um humanoide que veio de um planeta distante, fugindo de uma terrível seca que devastou o local e matou sua mulher e filhos. Com a fortuna que acumulou com sua empresa World Enterprises Corporation, ele pretende construir uma espécie de nave espacial que possa levar água da Terra para o local de onde veio. Tudo vai dando certo conforme o planejado, mas o alienígena perde o passo ao começar a se “humanizar”.

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Quando vai a negócios para o Novo México, ele se envolve com uma funcionária de hotel emocionalmente carente chamada Mary-Lou (Candy Clark). Ela bagunça a cabeça do impassível criatura e apresenta a Newton tentações das quais ele não consegue se livrar: sexo e álcool. Newton começa a experimentar as contradições e complexidades dos humanos ainda mais depois que passa a ter como mentor o engenheiro e professor desiludido Nathan Bryce (Rip Torn). O governo norte-americano também ajuda na derrocada de Newton ao começar a investigá-lo. Afinal, quem seria aquele ser misterioso fazendo tanta confusão, mexendo no status quo do mundo corporativo e ainda se intrometendo no programa espacial?

Desde que lançou o hit “Space Oddity”, em 1969, e quando criou Ziggy Stardust, em 1972, Bowie sempre pareceu incorporar a persona do ser de outro planeta vagando no espaço ou então perdido na Terra. Quando filmou O Homem Que Caiu na Terra, o músico estava na fase que chamou de “O Duque Branco Magro”. Bowie estava mergulhado nas drogas, esquelético e pálido. Este visual de decadência chic conferiu ainda mais autenticidade para ele que vivesse o visitante de outro planeta. Mas independente do visual andrógino de Bowie, que é adequado ao filme, é preciso lembrar que ele era um dos poucos cantores de rock que realmente sabiam interpretar. O personagem dele é curioso, alienado, vulnerável e trágico, mas nunca perde a áurea cool. Com seu cabelo laranja e movimentos teatrais, Bowie preenche a tela com uma presença que não é facilmente esquecida. Claro, a presença dele é o maior chamariz para os fãs, mas o elenco de apoio, com nomes não muito lembrados hoje, também acrescenta bons momentos a este filme incomum.

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Quando foi lançado, O Homem Que Caiu na Terra recebeu várias críticas negativas. Os detratores apontavam que o filme era uma daquelas alegorias auto-indulgentes remanescentes da contracultura. Alguns escreveram que ele não tinha sentido e que era muito longo. Mas visto sob uma perspectiva de 40 anos depois, a obra se sustenta não só como curiosidade. Ela se mantém relevante ao tratar de temas como o esgotamento de recursos naturais e a ingerência governamental em assuntos particulares. Apesar do ritmo em alguns momentos se mostrar mais contemplativo e da narrativa não ser linear, especialmente no terceiro ato, o filme também traz um pouco da paranoia e alienação dos anos 1970.

O visual delirante e repleto de cores explosivas criado pelo diretor de fotografia Anthony B. Richmond se destaca, assim como a trilha sonora. O escore foi escrito por John Phillips (ex-The Mamas and The Papas). O Homem Que Caiu na Terra é uma verdadeira experiência e vivê-la na telona é melhor ainda.

Saiba onde ver O Homem Que Caiu na Terra.

São Paulo

Espaço Itaú Frei Caneca

Sala 5: 19h10

Caixa Belas Artes

Sala 1: 21h00

Circuito SPCine - Cine Olido

Dias e horários

12/01 (quinta-feira): 19h00

13/01 (sexta-feira): 19h00

14/01 (sábado): 19h00

15/01 (domingo): 18h00

17/01 (terça-feira): 19h00

18/01 (quarta-feira): 19h00

Rio de Janeiro

Espaço Itaú Botafogo

Sala 1: 21h00

Instituto Moreira Salles

Horário: 15h00 - 19h30

Cine Odeon

Horário: 18h00

Estação NET BarraPoint

Sala 2: 21h00

Recife

Cinema da Fundação Casa Forte

Dias e horários

12/01 (quinta-feira): 17h15 - 19h50

13/01 (sexta-feira): 14h00 - 19h50

14/01 (sábado): 14h50 - 19h50

15/01 (domingo): 17h15 - 19h50

17/01 (terça-feira): 14h00

18/01 (quarta-feira): 19h50

Cine São Luiz

Horários a confirmar

Brasília

Espaço Itaú Brasília

Sala 4: 21h00

Cine Brasília

Horário: 15h00

Belo Horizonte

Cinema Belas Artes

Sala 1: 16h30

Porto Alegre

Espaço Itaú Porto Alegre

Sala 8: 18h40

Niterói

Cine Arte UFF

Horário: 21h10