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Laura Jane Grace, líder do Against Me!, conta como se tornou fã de Cazuza e do processo de escrever o livro Tranny

Pela primeira vez no Brasil, a banda se apresenta em três cidades

Fernanda Talarico Publicado em 20/10/2018, às 16h57

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Clair McAllister/ Divulgação
Clair McAllister/ Divulgação

Com 20 anos de carreira, a banda punk Against Me! chega pela primeira vez ao Brasil e se apresenta neste sábado, 20, em São Paulo, no Carioca Club. A turnê começou nesta sexta, 19, em Curitiba, e termina em Natal, no dia 21.

A líder da banda, Laura Jane Grace, aproveita a passagem pelo país para lançar a edição brasileira da autobiografia Tranny: Confissões da Anarquista Mais Infame e Vendida do Punk Rock. O livro conta a história da Laura como a primeira grande figura do punk a se declarar uma pessoa transgênero.

Laura Jane Grace conversou com a Rolling Stone Brasil antes dos shows no Brasil. Leia abaixo a entrevista.

Rolling Stone Brasil: Qual a expectativa de finalmente conhecer a América do Sul, especialmente o Brasil?

Laura Jane Grace: Eu não sei se tenho alguma expectativa além de fazer alguns shows realmente bons. Estou muito animada e grata pela oportunidade de fazer uma turnê pelo Brasil e conhecer o país. Esta será a nossa primeira vez e só ouvimos coisas incríveis. Eu quero ver o máximo que puder e experimentar o máximo possível enquanto estiver por aí.

O que os fãs podem esperar do show?

Eles podem esperar que nós quatro subiremos ao palco todas as noites e daremos tudo o que temos. Vamos sair encharcados de suor. Nós definitivamente tocaremos uma mistura de músicas abrangendo todos nossos discos. Se alguém quiser ouvir uma música em particular, não tenha medo de gritar!

Vocês têm 20 anos de carreira. O que mudou em tanto tempo?

Telefones celulares e Wi-Fi foram as maiores mudanças que testemunhamos durante as turnês. Está ficando cada vez mais difícil se sentir longe de casa ou desconectado do seu mundo normal. Eu anseio por essas experiências. Eu gosto de explorar lugares que são desconhecidos para mim e experimentar diferentes culturas.

Como é o processo de compor uma música?

Pode ser tanto agonizante quanto lento e, às vezes pode ser fácil e prazeroso. De qualquer forma, eu amo e agradeço por ter essa saída criativa. É tudo sobre as letras para mim: se elas não estão funcionando, então a música não está funcionando para mim.

Qual foi a sensação de escrever um livro tão pessoal como Tranny? Foi muito difícil se abrir?

Eu definitivamente me senti exposta e vulnerável quando terminei, percebendo que eu tinha me comprometido a deixar o mundo lê-lo e não havia como sair disso agora. Mas, mesmo assim, a experiência foi valiosa e eu aprendi muito sobre mim mesma e cresci por causa disso. Foi interessante aprender as diferenças entre fazer um disco e escrever um livro também. Escrever um livro é uma experiência e tanto!

Você disse que conhecia a música do Cazuza. Como isso aconteceu?

A família da melhor amiga da minha filha na escola é do Brasil. Eles me deram cópias [dos discos] de Ideologia e Burguesia em vinil e me contaram sobre sua história. Eles também me deram uma cópia em DVD de O Tempo Não Para, o filme biográfico do cantor. Eu não estava familiarizado com a sua história até então, mas há tanta coisa para conhecer sobre ele e sua música é tão boa!

Em uma entrevista para a Rolling Stone EUA, você disse que era difícil pisar nos pedais das guitarra em saltos altos. Você já dominou essa habilidade?

Não são tanto os pedais de guitarra como são os cabos das guitarras! É isso que vai realmente te enganar!