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Laurie Anderson defende a alegria em Coração de Cachorro: "Nunca, jamais, seja uma pessoa triste, apesar da complexidade da vida"

Longa da multiartista, que integra a programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, inspira com delicadeza, filosofia e “fantasmas”

Juliana Resende/BRPress Publicado em 04/11/2015, às 12h05 - Atualizado em 10/11/2015, às 12h48

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Laurie Anderson - Joel Ryan/Invision/AP
Laurie Anderson - Joel Ryan/Invision/AP

“Podemos falar com fantasmas! Especialmente em filmes”, diz a artista multimídia norte-americana Laurie Anderson (viúva de Lou Reed), cujo novo filme, Coração de Cachorro, será exibido Mostra Internacional de Cinema de São Paulo nesta quarta, 4, às 20h, no Sesc Belenzinho. Será a última oportunidade de apreciar esse novo trabalho de Laurie, que não fazia cinema desde Terra de Bravos (1986). A belíssima colagem de imagens de iPhone e reflexões existenciais bem humoradas e profundas também foi exibida no 59º London Film Festival, onde Laurie participou de conversas com a plateia, jornalistas e até com o músico Brian Eno.

Laurie Anderson conversa com Brian Eno sobre música, tecnologia e arte.

Coração de Cachorro tem muita estética e um bocado de gente morta – incluindo a cachorrinha de Laurie, a terrier Lolabelle, que morreu em 2011, e cujas aventuras conduzem o filme. O músico Lou Reed, companheiro de Laurie por muitos anos, também aparece. “Meu pai é um desses fantasmas, entre os muitos que aparecem em filmes sobre família e lembranças de infância, em experiências emocionais e reflexões”, ela conta.

Lou Reed: dez homenagens ao vivo ao “animal” do rock.

Inspirador e filosófico, Coração de Cachorro vale ser visto não só pela delicadeza e habilidade visual com que Laurie trata estes temas, mas também pela discussão que o filme provoca sobre morte, amor, felicidade e o sentido da vida. “Você está aqui para ter uma ótima viagem – a melhor e mais bonita que puder ter”, diz Laurie. “É muito melhor ser otimista e perceber a beleza das coisas, apesar de sua complexidade”, garante a multiartista.

Inventivo e imprevisível, o controverso Lou Reed pavimentou o caminho para a provocação no rock.

Falando em tristeza, Laurie ensina um exercício budista em que você deve ficar triste, mas não estar triste, no sentido de incorporar a tristeza como um fardo. "Há muita coisa triste no mundo e devemos estar conscientes de sua existência e dar-lhes a devida atenção – senão elas virão assombrá-lo. Mas nunca, jamais, seja uma pessoa triste, apesar da complexidade da vida. O contentamento é o melhor caminho para a evolução, ainda que você seja um otimista completamente pirado!"

Arquivo: Entrevista Rolling Stone com Lou Reed.

Assista ao trailer de Coração de Cachorro.