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Lollapalooza 2014: distância entre palcos não deveria ser considerada um problema

Em sua terceira edição no Brasil, o festival cresceu em espaço; houve contratempos, mas também muitas melhorias

Bruna Veloso Publicado em 07/04/2014, às 15h27 - Atualizado às 17h21

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Pixies no Lollapalooza 2014 - Mila Maluhy/Divulgação
Pixies no Lollapalooza 2014 - Mila Maluhy/Divulgação

A terceira edição do Lollapalooza Brasil, realizada no último fim de semana, levou 140 mil pessoas ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Dividido em dois dias, o evento contou com melhorias significativas em relação às duas edições anteriores, realizadas em 2012 e 2013, mas também teve problemas que precisam ser ajustados para os próximos anos.

Lollapalooza 2014: a cobertura completa do festival..

Distâncias

A necessidade de longas caminhadas entre os palcos deixou uma parcela do público descontente, mas isso não deveria ser considerado exatamente um transtorno. Afinal, com a distância se resolveu quase que por completo o vazamento de som, algo que gerava reclamações no Jockey Club, onde foram realizadas as duas primeiras edições do Lolla em São Paulo. E em um grande festival, andar de um lado para o outro será sempre inevitável.

Ainda assim, é preciso reconhecer que o terreno cheio de altos e baixos do Autódromo não ajuda. Para ir do palco Interlagos ao palco Onix, por exemplo, era preciso fazer diversos desvios, passar no meio de filas e enfrentar fluxos contrários na movimentação da massa. Por isso, a lonjura não era o incômodo maior, mas sim a falta de espaço para andar de maneira mais tranquila nos horários de pico. Um exemplo foi a apresentação da cantora Lorde, no palco Interlagos – um tumulto ameaçou acontecer no trânsito de pessoas que se dirigiam ao local. Felizmente, não ocorreram problemas graves, mas a situação poderia ser evitada caso houvesse mais espaço na hora de chegar a esse palco. Diminuir o número de pessoas (a capacidade de 80 mil foi esgotada no primeiro dia) seria uma opção.

Segurança

Já no quesito segurança, o oposto deveria ser feito. Um número maior de seguranças poderia ajudar a combater as gangues de furto/roubo de celular, algo que virou uma constante nos festivais brasileiros. A reportagem da Rolling Stone Brasil quase teve o celular furtado, e não havia nenhum segurança nas proximidades do local a quem se pudesse reportar o ocorrido.

Alimentação, banheiros e filas

Uma vantagem foi a variedade na oferta de alimentação, a mais diversificada já vista em grandes festivais nacionais. Além dos postos de venda de comida (pizza, pastéis, churrasco, temakis), havia também a tenda Chef’ Stage, com opções de pratos mais “gourmet”, e food trucks. A tenda estava quase o tempo todo lotada, mas, ao menos no domingo, os food trucks acabaram sendo uma opção para quem queria fugir das filas.

Filas, aliás, são inevitáveis em um evento desta magnitude. Houve momentos em que as filas dos bares e lanchonetes do palco Skol (que ficavam bem distantes do palco em si) chegaram a adentrar o público que esperava para ver os shows. Mas, no geral, o resultado foi muito melhor que em 2012 e 2013. O mesmo vale para os banheiros (com um ganho importante: até a noite do domingo ainda era possível encontrar papel higiênico nos banheiros femininos, algo que às vezes se torna artigo de luxo em festivais).

Atrações

A pontualidade, uma marca do Lollapalooza, continuou presente, assim como a boa escolha do line-up. A seleção das atrações marcou pela capacidade de atrair diferentes públicos, desde jovens ensandecidos pela presença de Lorde ao público mais velho que deixou o Arcade Fire de lado para relembrar os hits do New Order. Apresentações intensas no meio da tarde (Cage the Elephant) e brasileiros tocando à noite (Nação Zumbi) mostram que, pelo menos na hora de selecionar e dividir as atrações em um festival, Perry Farrell, criador e organizador do evento, costuma acertar. Alguns problemas técnicos (o som baixo no show do Imagine Dragons, no palco Onix, por exemplo) teimaram em aparecer vez ou outra, mas não chegaram a tirar o brilho do festival como um todo.

Localização

O Autódromo é um pesadelo para quem não é adepto do transporte público. Chegar ao local de carro pode não ser muito difícil, mas sair é tarefa árdua: à 1h de domingo, o trânsito no entorno do lugar ainda era intenso – e o último show no palco principal, realizado pelo Muse, havia acabado duas horas antes disso, às 23h. Ir e voltar de trem acabou sendo a melhor opção (usando o meio de transporte, a reportagem não teve problemas para chegar ao festival, no sábado, nem para voltar, no domingo).

Lollapalooza 2015

Ainda não há confirmação de local para o Lollapalooza 2015. No entanto, em entrevista à Rolling Stone Brasil, Farrell indicou que o Autódromo deve ser novamente o lugar escolhido. Como não existe a possibilidade de alterar o terreno, fica a expectativa de que o número de público seja reduzido – assim, a experiência do Lollapalooza no Brasil pode se tornar tão gratificante quanto a do evento original, realizado anualmente nos Estados Unidos.