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Morre cantor Henri Salvador

Aos 90 anos, inspirador da bossa nova morreu nesta quarta-feira, em Paris

Redação Publicado em 13/02/2008, às 17h56 - Atualizado às 19h02

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Henri Salvador, em 2006 - Michel Euler/AP
Henri Salvador, em 2006 - Michel Euler/AP

Henri Salvador, cantor nascido na vizinha Guiana Francesa e que viveu e compôs no Brasil na década de 40, morreu hoje em Paris, aos 90 anos - 60 de carreira.

Ícone da música popular francesa ("Syracuse", "Une Chanson Douce", "Zorro est Arrivé"), Henri foi parceiro de grandes artistas em todo o mundo, tendo demonstrado especial interesse pelo Brasil, onde excursionou durante a segunda guerra mundial com a orquestra de Ray Ventura.

Em 2006, o cantor retornou ao país para gravar o disco Révérance, com participação de João Donato, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que, no papel de Ministro da Cultura, divulgou nota oficial sobre sua morte (leia mais abaixo).

Henri Salvador teria ainda influenciado a bossa nova. Seu disco "Dans mon île", de 1957, era admirado por Tom Jobim. Em 2005, Henri comandou um show regado à MPB em comemoração ao "Ano do Brasil na França", com o presidente Lula na platéia.

Henri fez seu último show, em Paris, há três meses. Ele morreu em decorrência do rompimento de um aneurisma cerebral.

Nota de Gilberto Gil

"Henri Salvador foi um dos compositores mais distintos e plurais da música européia. Talvez, por suas raízes nos trópicos do sul, na Guiana Francesa; talvez, por suas inúmeras andanças enquanto soldado do exército francês; mas, principalmente, por sua aguçada abertura para a vida e para o mundo, sua rara sensibilidade e sua extraordinária capacidade criativa. Foi este Henri plural e apaixonado que o Brasil conheceu.

Em 2005, o Ministério da Cultura brasileiro condecorou Henri Salvador com a Ordem do Mérito Cultural por todas contribuições que ele prestou à nossa música. Com presença marcante no Brasil, Henri foi um dos maiores divulgadores da bossa-nova. Dividiu bons momentos comigo e outros contemporâneos da minha geração. Sua paixão pelo Brasil era evidente e, para nós, especialmente envolvente.

Sua voz elegante e sua forma intimista de cantar vão nos deixar saudades, assim como sua leveza e seu espírito de humor, que davam a Henri uma gargalhada inconfundível. Permaneço com a lembrança dessa sua alegria e seu jeito menino de ser, que fazem de Henri um largo riso que em nós permanecerá."