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Morre Carmélia Alves, a Rainha do Baião

Cantora morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos aos 89 anos

Redação Publicado em 04/11/2012, às 20h48 - Atualizado às 20h59

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Carmélia Alves - Reprodução
Carmélia Alves - Reprodução

Diva do baião, quando o gênero ainda conquistava a popularidade no Brasil nos anos 50, Carmélia Alves morreu neste sábado, 3, em decorrência de falência múltipla dos órgãos após complicações cardíacas aos 89 anos. A cantora estava internada há um mês no Hospital das Clínicas de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

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Seu irmão, Noel Alves, informou que ela batalhava contra um câncer. Carmélia era portadora do Mal de Alzheimer. O velório foi realizado neste domingo, 4, no Retiro dos Artistas, onde a cantora morava há dois anos.

Nascida em Bangu, no Rio de Janeiro, filha de um cearense com uma baiana, Carmélia começou a cantar profissionalmente na década de 1940. Foi contratada para cantar no programa chamado Picolino, no qual interpretava músicas de Carmen Miranda e começou a chamar atenção pela voz que se distinguia do comum para a época.

Seu primeiro disco foi gravado em 1943 e chamava Me Deixa Sofrer. O sucesso, contudo, chegou quando gravou a canção “Me Leva”, seis anos depois. A música foi escrita por Hervé Cordovil, grande parceiro da cantora, e Rochinha. De Hervé, ela gravou o belo baião “Sabiá na Gaiola”, em 1950, um dos maiores sucessos do seu cancioneiro. Durante a década de 50, ela também fez pontas no cinema, como em Carnaval em Lá Maior, de Adhemar Gonzaga. Carmélia Alvez foi casada com o cantor Jimmy Lester, que morreu em 1998, por 54 anos.

O apelido de Rainha do Baião se deu pelas belas interpretações de músicas de Luiz Gonzaga. Ao lado de Gonzagão, o Rei, e Claudette Soares, a Princesa, ela formava a conhecida “corte do baião”. Contudo, seu repertório, além do baião – ritmo o qual, dizia ela, enchia o pai cearense de orgulho – também era formado por canções de samba, marchinhas e frevos.