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No vai-e-vem da sanfona

Banda Apolonio, que se apresenta no SWU, inseriu o instrumento no bom e velho indie rock

Stella Rodrigues Publicado em 13/11/2011, às 11h28 - Atualizado às 11h55

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Pablo Marques - Foto: Divulgação/Angelo Dias
Pablo Marques - Foto: Divulgação/Angelo Dias

“Minha mulher herdou a sanfona de um tio. Ela veio parar aqui em casa, comecei a tocar sozinho e me apaixonei pelo instrumento. Aí fui fazer aula.” Foi simples assim e com uma combinação de coincidências que se formou a banda Apolonio. Quem fala é Pablo Marques (na foto, de boné e camisa estampada xadrez), mais conhecido como Ablo, baixista e sanfoneiro. “Na mesma época”, continua, “eu trabalhava como produtor de estrada do Arnaldo Antunes e o [Marcelo] Jeneci tocava com ele. Nas passagens de som, ia treinando e ele me dava uns toques. Foi quando conheci o Júlio [Mairena, voz, guitarra e programação] e começamos a compor juntos bem despretensiosamente. Deu liga e chegamos aqui”, constata, acrescentando que “a sanfona acaba sendo o nosso diferencial no som e na estética”.

O projeto começou sem ser uma banda, na verdade. Ele e Mairena gravaram um EP e saíram fazendo shows por aí. Mas viram que para segurar aquele som, precisariam de uma banda, de fato, e foram atrás de uma. O Apolonio chegou a ter como integrantes o ex-Ultramen Malásia, na percussão, e a agora estrela global Tainá Müller, que emprestava sua voz antes de sair para se dedicar à carreira de atriz.

“O Apolônio é uma coisa bem livre. Nada impede de pintar um sétimo integrante tocando, sei lá, trompete. Somos de uma filosofia ‘ficou bom? Vamos nessa’. Não tem motivo para não experimentarmos novas sonoridades. Pode ser que o próximo disco seja em português, nada impede, ou que tenha um monte de coisas diferentes.”

Ano passado o sexteto gravou o disco de estreia, Stand Your Ground. “Esse CD que acabamos de lançar, em julho, será o foco do show no SWU. É um show curto, de 30 minutos, temos que dar o recado, mostrar as que estão funcionando melhor nos shows, o que está mais afiado.”

Embora animado de poder tocar em um festival grande, Ablo não demonstra nenhum tipo de deslumbramento com a oportunidade. “A banda é nova, mas cada um já tem uma estrada”, diz. “Temos uma sintonia musical muito boa desde o primeiro ensaio. O EP saiu de sete encontros aqui em casa, cada um gerou uma música. A gente é uma banda que corre atrás mesmo, sai, produz, faz clipe, cria identidade visual, trabalhamos muito. A banda pode ser nova, mas a gente meio que já sabia como fazer o negócio rolar. Claro que o que se destaca mesmo nisso tudo é a música - se a música não for boa e não tocar o coração das pessoas, nada disso tem sentido”, reflete Ablo. “O convite para o SWU deixou a gente muito feliz, mas achamos que fizemos por merecer, não foi sorte. Talvez por a gente sempre ter priorizado a música e não todo o resto estejam acontecendo esse monte de coisas legais.”

O Apolonio pretende aproveitar a oportunidade proporcionada por um festival desse porte da melhor maneira possível, no sentido de fazer fãs e influenciar pessoas. Mesmo sendo a primeira atração do dia 13, domingo, em Paulínia e correndo o risco de ter uma plateia menor do que em um show de casa noturna para o público só deles, Ablo não se intimida com a ideia. A única coisa que vai faltar é deixar solta a porção fã, que poderia se refestelar com a oportunidade de ver de perto as bandas internacionais que ocuparão o mesmo palco que o Apolonio. “Eu gosto do Hole, mas justamente nesse dia que a gente vai tocar tem em São Paulo o show do Kyuss [Lives!], uma banda da qual gosto muito. Estou meio dividido, porque já tinha comprado ingresso e tudo, tenho todos os discos, adoro. Sei que é meio mongo da minha parte perder o resto do festival, mas acho que vou voltar para casa e ver os caras, mesmo o Josh Homme não vindo”, encerra.

Assista abaixo ao clipe de "Caramuru":