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Noel Gallagher se irrita quando insistem que o Oasis vai voltar: "tentam fazer um truque mental Jedi comigo"

"Em 2016 eu continuo sendo tão bom quanto eu era no fim de 2015. Meu cabelo está impecável e eu continuo bem-sucedido", disse o artista

Andy Greene Publicado em 09/10/2016, às 11h44 - Atualizado às 11h45

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Noel Gallagher's High Flying Birds no Lollapalooza 2016 - Lucas Guarnieri
Noel Gallagher's High Flying Birds no Lollapalooza 2016 - Lucas Guarnieri

Na última vez em que a Rolling Stone EUA encontrou Noel Gallagher, ele estava de bom humor. “Eu continuo sendo bom pra caralho”, disse o ex-Oasis à RS em entrevista realizada no início do ano. “Em 2016 eu continuo sendo tão bom quanto eu era no fim de 2015. Meu cabelo está impecável e eu continuo bem-sucedido”. Nós nos encontramos novamente com o cantor e conversamos sobre selfies, carros e os boatos de uma possível reunião do Oasis.

Com que frequência você ouve perguntas sobre uma reunião do Oasis?

Todo dia. As pessoas dizem: “Vocês com certeza voltarão” e penso “que porra de falta de educação”. Tentam fazer um truque mental Jedi comigo.

Há boatos de que Liam está tentando remontar a banda sem você.

Eu pagaria para ver isso. Seria interessante pra caralho. Deveríamos começar um boato de que vou retomar a banda sem o Liam e vou usar um holograma como fizeram com o Tupac no Coachella. Olha, para ser sincero, não preciso do dinheiro.

Digamos que te procurem daqui a 10 anos oferecendo US$ 50 milhões.

Ah, estou dentro. Estou muito dentro.

>Qual é a coisa mais Manchester que há em você?

Meu sotaque. Foi a primeira coisa que os americanos perceberam em mim quando vim para os Estados Unidos. Colocaram legendas quando eu falava na MTV, o que achei divertidíssimo. Tenho muito orgulho de ser de lá. Se fosse de Buckinghamshire, acho que nem estaria em uma banda. Manchester me deu uma ótima educação musical: New Order, the Smiths, Happy Mondays, Joy Division e Stone Roses eram de lá – ótimas bandas que me deram algo a almejar.

Quais são as regras mais importantes que você segue?

Saber quem você é. Ter orgulho de quem você é e assumir isso. Uma esposa feliz é uma casa feliz, e uma casa feliz é igual a uma vida feliz. Sempre diga a seus filhos, e faço isso frequentemente, “você sabe que é jovem, ótimo e lindo, mas nunca vai ser tão legal quanto eu, jamais. Então, saia com a porra do skate ou vá jogar futebol com seu irmão.”

O que diz às pessoas quando pedem para tirar selfies com você?

Só digo para irem se foder. Não tenho obrigação nenhuma com ninguém com um celular com câmera. Também não dou a mínima se me acham um cuzão. Digo: “Estou ocupado comprando cuecas aqui”. Algumas pessoas se ofendem, mas não vivo minha vida para ter minha foto tirada por fãs. Não estou pedindo para que comprem discos. Eles compram porque gostam.

O que faz para relaxar?

Minha vida se resume a fazer turnês, compor, ver futebol e minha família. Para relaxar, toco guitarra, mas quanto mais velho fico, percebo que é ótimo sair de férias com a família para algum lugar distante, não levar uma guitarra, ficar na praia e só ouvir as ondas quebrarem.

Qual foi a compra mais exagerada que você já fez?

Encomendei um carro uma vez, um Jaguar 1967 conversível customizado. Custou 110.000 libras. Mandei montar segundo minhas especificações. Só eu caibo na porra do banco do motorista. Na época, não sabia dirigir, mas pensei: “Quando terminarem este carro, com certeza já vou ter aprendido a dirigir, vai demorar dois anos.”

Dois anos depois que paguei por ele, o carro aparece na minha casa e eu tinha completamente me esquecido das aulas de direção, até hoje não sei dirigir. Se alguém quiser comprar, vendo com prazer.

Quais são seus livros preferidos?

Pé na Estrada (On The Road). A velocidade e o ritmo do texto são inacreditáveis. Tem aquela coisa levemente hipster, de rap que o Bob Dylan fez em “Subterranean Homesick Blues”. Comecei a ler porque o Dylan ficava falando dele. O último que li foi sobre o espião britânico Kim Philby, que foi agente duplo para os russos durante a Guerra Fria. Amo todas as coisas sobre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Acho esse período de manobras das então superpotências para dominação mundial fascinante – e como o mundo chegou muito perto de alguém apertar o botão.

Quem são seus heróis?

Musicalmente, os Beatles. Você ainda pode estar no banheiro e “Strawberry Fields” começa a tocar e algo te comove como você estivesse ouvindo pela primeira vez. Tem o Paul Weller [do The Jam], que virou um grande amigo e vizinho. O U2 também viraram amigos e vizinhos meus. Na juventude, The Joshua Tree foi realmente inspirador porque eram composições muito simples. Meus heróis pessoais são minha esposa, porque ela é linda pra caralho. Por um truque louco do destino acabei me casando com ela depois de nos conhecermos em uma boate e temos dois filhos. Minha filha adolescente é uma heroína porque superou adversidades e é legal pra caralho. Minha mãe, porque criou o Liam Gallagher. Sabe, mas que porra.