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Pedro Mariano volta a se apresentar com orquestra pelo Brasil

O músico paulistano fala sobre como surgiu o “projeto da sua vida”, amadurecimento musical e as constantes comparações entre o trabalho dele e o dos pais

Gabriel Nunes Publicado em 14/04/2016, às 11h28 - Atualizado às 11h30

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Um dos nomes mais notáveis da MPB contemporânea, Pedro Mariano retorna com o que ele define ser o "projeto de sua vida". (Foto: Aline Arruda) - Aline Arruda
Um dos nomes mais notáveis da MPB contemporânea, Pedro Mariano retorna com o que ele define ser o "projeto de sua vida". (Foto: Aline Arruda) - Aline Arruda

É inegável a forte carga musical que o cantor Pedro Mariano traz em sua genética. Filho de Elis Regina com o pianista e arranjador César Camargo Mariano, o intérprete ainda tem laços consanguíneos com dois grandes nomes da MPB contemporânea: a cantora Maria Rita, sua irmã, e o produtor e compositor João Marcello Bôscoli, seu meio-irmão.

Ativo como músico profissional desde 1995, Mariano comemora seus 21 anos de carreira com o retorno do que ele define ser o “projeto da vida dele”. Acompanhado novamente por uma orquestra – a primeira vez aconteceu em 2013 –, o cantor executa um extenso repertório que contempla clássicos da MPB, de gente como Gonzaguinha e Ivan Lins, além das suas canções próprias. “Tocar com uma grande orquestra sempre foi uma meta que estipulei para mim mesmo como artista. Sempre tive essa vontade de misturar o pop à música erudita em um único show e poder ouvir minhas músicas com o arranjo de cordas e metais”, diz em entrevista à Rolling Stone Brasil.

Embora as dificuldades de realizar esse trabalho tenham surgido desde o momento em que sentou para escolher das canções que integrariam o repertório, Mariano afirma que a participação do maestro Otávio de Moraes foi fundamental para que o projeto se concretizasse. “Não são todas as músicas que têm potencial para serem encaixadas dentro de um arranjo orquestral. Para descobrir quais eram essas canções eu precisei do auxílio técnico do arranjador e do maestro. Meu instinto musical por si só não bastava.” Além de Otávio de Moraes, o músico contou ainda com o apoio do produtor e arranjador Conrado Goys, com quem já divide palcos há mais de catorze anos. “Sem o apoio deles, esse trabalho não teria sido possível”, enfatiza.

Nesse recomeço de turnê, Mariano acredita estar mais confiante em determinados aspectos que antes poderiam causar pânico ao irremediável perfeccionista que ele afirma ser. “Da primeira vez, eu fiquei bastante preocupado quando descobri que não seria possível viajar com uma orquestra própria e que os músicos seriam contratados apenas na cidade onde o show aconteceria”, confessa o músico. Mas o que em um primeiro momento poderia parecer um empecilho acabou se revelando uma experiência musicalmente enriquecedora para o paulistano. “Foi incrível! Poder tocar com diferentes orquestras fez com que eu abrisse os olhos para uma realidade musical do universo erudito que eu jamais imaginei que pudesse ser tão evoluída no Brasil.”

Como nossos pais

Durante seus 21 anos de carreira, não foram poucas as vezes em que o músico teve seu trabalho comparado ao dos pais. Herdeiro de um dos legados musicais mais ricos da MPB, é até compreensível que surjam comparações. Mas, para Mariano, a sombra materna e paterna nunca o impediu de conquistar seu na espaço na MPB contemporânea. “Música não é atletismo, em que um precisa ser pior para que o outro seja o melhor. Meu papel aqui não é o de superá-los muito menos obscurecer qualquer valor que eles possam ter deixado à música brasileira.” Para o músico, essas comparações – além de não terem sentido – estariam incomodando mais aos outros do que a ele próprio. “É muito fácil colocar minha mãe num patamar mais alto depois de 36 anos de carreira e 40 discos lançados. Eu não sou ignorante muito menos egocêntrico de negar que sou pior do que a minha mãe.”

Mariano acredita também no desapego e despreocupação em relação a eventuais erros passados e que essa atitude foi fundamental para o seu amadurecimento como músico ao longo do tempo. “Para mim o que passou, passou. Eu não me apego aos meus erros. Muitos artistas costumam se cobrar demais e a criar expectativas irreais em relação ao próximo passo. Meu desprendimento e o meu desapego me fazem mudar de direção com mais facilidade.”

Autocrítico, Mariano se define como um eterno inquieto fugindo da sua zona de conforto – sendo essa sua perpétua inquietação o combustível responsável por impulsionar este que ele considera um dos projetos mais significativos de toda sua carreira artística. “Minha relação com a música sempre foi visceral, orgânica e sem preconceitos. Justamente por ser algo tão espontâneo nunca tentei limitar minha experiência musical”, confessa o músico.

Pedro Mariano e Orquestra

15 de abril, às 21h30

Teatro Bradesco – Av. das Américas, 3900 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro

Entre R$ 48 e R$ 60