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Camila Cabello deixou o Fifth Harmony e se encontrou ao homenagear seu passado de imigrante

Como aconteceu a ascensão conturbada da estrela pop internacional que cresceu mais rápido em 2017

Brittany Spanos Publicado em 12/04/2018, às 11h56 - Atualizado às 12h09

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<b>Solo e Plena</b><br>
Camila no iHeartRadio Fiesta Latina, em Miami, no fim de 2017
 - Mediapunch/Rex/Shutterstock/AP Images
<b>Solo e Plena</b><br> Camila no iHeartRadio Fiesta Latina, em Miami, no fim de 2017 - Mediapunch/Rex/Shutterstock/AP Images

A estrela pop internacional que cresceu mais rápido em 2017 está descansando nos bastidores da Capital One Arena, em Washington, comendo salgadinho de milho e tentando descobrir o que fazer em um raro momento livre. Dali a três horas, Camila Cabello estará girando no palco, usando botas de cano alto até o joelho e corpete, mas, por enquanto, ela está vestida como uma universitária, usando um suéter cinza grande e legging, o cabelo castanho-brilhante preso em um coque.

Está empolgada com praticamente tudo – e por que não estaria? Faz quase um ano desde que saiu do Fifth Harmony, grupo feminino fazedor de hits montado em 2012 por juízes como Simon Cowell na falecida versão de The X Factor norte-americana. Agora, lançar-se em carreira solo parece ter sido uma ótima ideia – mesmo que tenha irritado alguns fãs. Camila tem um single de sucesso que é cheio de significado para ela: a irresistível “Havana”, com toques de clave e presença de Young Thug. É “uma ode ao lugar de onde vim, à minha cultura”, que começou como só um título anotado no telefone dela. A faixa – que finalmente encontra um uso diferenciado para sua voz potente e sensual – homenageia a capital de Cuba, onde ela nasceu, filha de um mexicano com uma cubana.

A família de Camila se mudou para os Estados Unidos quando ela tinha 6 anos, o que dá uma adequação poética à sua ascensão na era Trump. “Nem percebia”, afirmou recentemente, “o quanto o racismo ainda era proeminente em nosso país”. Quando chegou a Miami, não sabia falar inglês – e, para completar, era tímida –, então fazia o que podia para atrair novos amigos, tocando músicas pop em um aparelho de som portátil. “Era minha forma de me comunicar”, relembra. “Minha avó sempre disse que eu tinha um mundo interior muito forte.”

Camila faz turnês e grava quase sem parar desde os 15 anos, quando (contra a vontade dos pais) fez teste para The X Factor inspirada por um vídeo em que o One Direction dava dicas de apresentação. O sucesso veio, mas, ao longo do caminho, algo definitivamente deu errado dentro do Fifth Harmony. Isso ficou claro para o mundo quando ela quebrou o protocolo pop e começou a lançar faixas solo, incluindo o hit “Bad Things”, com Machine Gun Kelly, antes de sair oficialmente do grupo. Só que Camila, que começou a compor as próprias músicas aos 16 anos, ainda não está pronta para contar tudo – ela põe a culpa em uma aversão ao drama e na falta de vontade de chatear os fãs – e não diz nem se pediu para sair ou se foi expulsa. “Muitos dos meus fãs eram, ou são, fãs do grupo”, diz, perdendo a empolgação costumeira quando a conversa entra no assunto do qual menos gosta. “Não curto estragar o sonho. Acreditaram em algo lindo. Tenho certeza de que com o One Direction ninguém realmente espiou os bastidores. Você só vê o sonho.”

Ela está crescendo e mudando tão rápido que alterou o título e o clima do primeiro álbum, lançado em 12 de janeiro, no meio do caminho. Originalmente, havia dado o nome melodramático The Hurting, the Healing, the Loving (algo como “as feridas, a cura e o amor’), com uma faixa triste, “I Have Questions”, feita para provocar. A letra pode ser sobre o fim ruim de um relacionamento ou, ahn, o fim complicado de, digamos, um certo grupo formado por cinco cantoras: “Dei tudo de mim”, ela cantou. “Meu sangue, suor, coração e lágrimas.”

Só que isso foi em maio. Agora, o disco se chama simplesmente Camila e é muito mais para cima do que tinha planejado inicialmente. “No começo, pensei que seria, tipo, um álbum com músicas tristes”, conta. “O ano foi passando e foi melhorando. Eu me sentia muito mais feliz. Acho que tem um bom equilíbrio entre emo e feliz.”

O ano de 2018 será repleto de shows, mas Camila quer garantir que não perderá nada da vida real. “A maneira como trabalho”, diz, “faz com que relacionamentos, amizades e até a saúde sejam difíceis.” A falta de tempo pode ser um motivo para ela nunca ter tido um namorado sério. Tendo dito isso, “sempre tenho um crush”, afirma. “Sou assim! É chato sem isso. Uma garota precisa sonhar!”

Hoje, a vida dela é feita de encontros promocionais com fãs, entrevistas a rádios e apresentações para uma arena lotada de fãs histéricos, mas ela consegue ver outra existência. “Realmente quero viver. Só quero ser uma garota às vezes.”