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Phoenix conta que "procrastinou demais" para lançar novo disco

Banda francesa foi uma das principais atrações do festival Budweiser Made in America, na Filadélfia

Patrícia Colombo, da Filadélfia Publicado em 01/09/2013, às 12h02 - Atualizado às 12h12

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Thomas Mars sempre vai ao público nos shows do Phoenix - Getty Images
Thomas Mars sempre vai ao público nos shows do Phoenix - Getty Images

Umas das grandes atrações do primeiro dia do festival Budweiser Made in America, o Phoenix atualmente está na estrada para divulgar o disco Bankrupt!, lançado em abril e sucessor do elogiado Wolfgang Amadeus Phoenix (2009). Com um intervalo de quatro anos entre os dois álbuns, o vocalista Thomas Mars e o baixista Deck d'Arcy contaram, em entrevista à Rolling Stone Brasil, como foi se dedicar às novas canções e revelaram o motivo de tanta demora para que os fãs pudessem finalmente ouvir inéditas: “Procrastinamos demais [risos]”, brincou d'Arcy.

O Phoenix demorou a ter sucesso internacional – mais especificamente, quatro discos. O primeiro, United, saiu no ano 2000 e, mesmo com o grupo já se valendo do inglês como ferramenta de alcance (o que despertou, claro, certa estranhamento por parte do público da terra de Serge Gainsbourg), apenas nove anos depois os franceses estouraram. Wolfgang Amadeus Phoenix, com hits fortes, alegres e pegajosos como "Lisztomania" e “1901", deu a eles notoriedade. Tentar superar o trabalho anterior ou manter-se comercialmente interessante para se sustentar no mercado, segundo eles, não foi uma preocupação na hora de trabalhar em Bankrupt!. “O ponto é que a gente sempre considerou nosso trabalho bem sucedido”, diz o baixista. “Lançar o primeiro disco foi uma recompensa, e os demais, também. Poder viajar o mundo, idem. Não importa quantas pessoas vão ao seu show. Só de poder estar lá já é legal. Tudo foi progredindo ao longo do tempo. Wolfgang foi apenas outra coisa muito legal que nos aconteceu.”

Após muitos e muitos meses colhendo os frutos do sucesso que veio naquele momento, o quarteto, então, resolveu finalmente retornar ao estúdio. O problema é que o disco novo não sairia tão rápido: ao todo, foram dois anos de elaboração. Esses longos períodos trabalhando em estúdio, aliás, não são nenhuma novidade dentro do processo da banda. “É sempre bastante difícil”, revela d'Arcy. “Mas como nunca buscamos o caminho mais fácil das coisas, acredito que seja normal. Levamos o tempo que for para que possamos nos sentir orgulhosos do que estamos fazendo. Mas talvez ajudaria a acelerar se tivéssemos um deadline mais rigoroso [risos]”, ele admite.

"Entertainment" e "Trying to Be Cool" são os dois primeiros singles do álbum e, apesar de não ter a força de seu antecessor (que até Grammy de Melhor Álbum Alternativo rendeu à banda), Bankrupt! tem bons momentos – os sintetizadores em peso e as melodias agradáveis caraterísticas da banda ainda figuram na maior parte das canções. Mas há diferenças. “Dessa vez tentamos experimentar mais e nos sentimos mais influenciados pela música francesa e europeia, em geral. Mas as canções não soam nada como essas influências. Não acredito que alguém conseguiria identificar, na verdade. Elas foram apenas uma espécie de ponto de partida para nós.”

Apesar da aura pop bastante enraizada na música do Phoenix, Thomas Mars comenta não pensar em formatos ou estilos musicais quando compõe – e que isso sempre foi uma constante na trajetória do Phoenix. “Procuramos criar músicas que possam ser como camaleões”, afirma o vocalista. “Gostamos da ideia de você poder tocar algo no violão e aquilo ainda soar bem se produzido ou tocado com instrumentos diferentes. Só depois é que pensamos em como queremos que ela soe [dentro de um álbum], se de determinada maneira será interessante e boa o suficiente, etc.”

Budweiser Made in America Festival

A apresentação do Phoenix teve início às 20h20 (horário local) no Rocky Stage. Em show competente, a banda misturou o repertório do disco novo com canções de outros trabalhos de sua carreira. Entre as músicas do set list estiveram "Entertainment", "Trying to Be Cool", "Lisztomania", “1901", “Lasso” e “Girlfriend”. Como em outros shows, Mars encerrou a apresentação indo ao encontro da plateia e deixando seu corpo ser levado pelas mãos do público.