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Saiba como foi feito o brilhante vídeo de “Like a Rolling Stone”, de Bob Dylan

Diretor Vania Heymann conta os segredos do clipe interativo

GAVIN EDWARDS Publicado em 24/11/2013, às 10h06 - Atualizado às 17h02

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Bob Dylan - galeria do rock - AP
Bob Dylan - galeria do rock - AP

Um dos melhores clipes de 2013 pertence a uma música de 48 anos. O vídeo interativo para a “Like a Rolling Stone”, lançado no último dia 19, é excepcional: a música toca, enquanto você pode passar por dezesseis canais de uma programação simulada de televisão. Mas seja assistindo às notícias sobre economia, uma comédia romântica ou um torneio de tênis, tudo parece autêntico, exceto pelo fato de os personagens estarem dublando a letra da música.

Muitos dos canais são estrelados por atores, mas o elenco é composto também por várias celebridades, como o comediante Marc Maron, o rapper Danny Brown, os hosts de Pawn Stars e Drew Carey (no set de The Price Is Right). O efeito geral é incrivelmente convincente: o quanto mais você passeia pelo vídeo de “Like a Rolling Stone”, mais o desprezo da música parece adereçado à civilização ocidental. Quando você chega a uma apresentação antiga de Bob Dylan, parece que ele é a única pessoa real da programação.

“O efeito só pode ser surrealista se os canais foram realistas”, disse Vania Heymann, o diretor israelense de 27 anos que fez o vídeo. “Na vida real, a mudança de canais é uma ação passiva. Você está sentado na sua casa, sem fazer nada. Nós quisemos torná-la ativa, reeditando a própria música para fazer uma nova versão.”

Demorou dois meses para o vídeo ser montado. “Tem uma hora e quinze minutos de duração se você assistir todos os canais do começo ao fim”, Heymann aponta. “É como um filme dentro de um vídeo de cinco minutos.” Enquanto Heymann gravou alguns dos canais na Califórnia (The Price Is Right, por exemplo) e a partida de tênis em Israel (para que pudesse recrutar os amigos dele na plateia), a maior parte da filmagem foi feita na região de Nova York. Uma casa no subúrbio serviu de cenário para cinco canais diferentes no mesmo dia, incluindo o canal de compras, de história e o programa de culinária.

Yoni Bloch, a CEO da Interlude, a agência digital por trás do projeto, diz que a gestação do vídeo foi difícil. “Sabe quando você está no meio da criação, nada faz sentido e você quer morrer”?

Heymann diz que a maioria dos atores que fizeram teste disse a ele no final que "havia sido muito estranho”. A dúvida continuou durante as filmagens. “Eu tentava dizer às pessoas: ‘No final, tudo vai se conectar.’” Ele pediu para os atores "não se referirem aos versos da música". "É como se eles estivessem tentando dizer algo totalmente diferente, e a boca deles está possuída." Adeena Sussman, que interpreta a apresentadora do canal de culinária, ensaiava cada cena como se estivesse dando instruções culinárias de verdade. A sobremesa que ela prepara é uma receita real (com os ingredientes detalhados nos gráficos na tela). “Você pode preparar em casa”, Heymann promete.

O próprio Heymann faz uma ponta – no canal de notícias, quando a vítima da facada olha para a câmera e recita o segundo verso da música. Enquanto você suspeita que o criminoso seja o mendigo misterioso, ele diz que na verdade era o produtor executivo do vídeo.

O vídeo já é um fenômeno: Bloch disse que chegou próximo a um milhão de visualizações no primeiro dia, 90% com mudanças de canal. “E não posso dar nomes, mas nossas caixas de entrada estão cheias de pedidos de grandes canais querendo adicionar seus programas na mistura. É como se estivéssemos criando um formato.”