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Promotor de Lady Gaga é multado por fazer “propaganda gay”

“Por conta desses truques publicitários baratos, todos os espectadores sofrem”, disse Yevgeny Filkenstein, promotor de Gaga na Rússia

Rolling Stone EUA Publicado em 19/11/2013, às 13h59 - Atualizado às 14h01

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Lady Gaga - Markus Schreiber/AP
Lady Gaga - Markus Schreiber/AP

Uma corte russa multou o promotor de um show de Lady Gaga realizado em dezembro por fazer “propaganda de consumo alcoólico e homossexualidade”, de acordo com o site da revista The Hollywood Reporter. Mais especificamente, um juiz de São Petersburgo disse que a apresentação de Gaga violou um código administrativo que prevê que "as crianças sejam protegidas de informações que poderiam prejudicar a saúde e o desenvolvimento delas”. Apesar de a multa ser relativamente pequena – 2 mil rublos (aproximadamente R$ 1.392) – a decisão permite que o reclamante leve o promotor a uma corte criminal.

A parte queixosa foi uma mãe chamada Nadezhda Petrova, que alegou que a filha dela de 13 anos teria presenciado simulação de sexo entre duas mulheres e foi encorajada a beber álcool. Agora que Petrova venceu sua reclamação, ela pode pedir milhões de rublos pelo “trauma psicológico” que sua filha sofreu no show. Através de uma postagem do jornal online russo Gazeta.ru, o The Hollywood Reporter ligou Petrova a uma organização conservadora chamada União Trabalhista de Cidadãos Russos.

Yevgeny Filkenstein, diretor geral da promotora do show, a Planeta Plus, teria dito: “Nós não concordamos com o veredicto porque ninguém nos ouviu. Por causa destas leis contra propaganda gay adotadas aqui, por causa desses truques publicitários baratos, todos os espectadores sofrem. Recentemente, Peter Gabriel, que nunca se apresentou na Rússia, se recusou a vir por causa da lei e porque ele apoiava o grupo Pussy Riot”.

Neste ano, o governo russo acusou Gaga de violar seu visto ao se apresentar no país, alegando que ela havia apenas obtido o visto de intercâmbio cultural, que não dava a ela permissão para trabalhar. A reclamação teria sido feita pelo mesmo legislador de São Petersburgo que escreveu as leis anti-gay.

A cantora de Artpop respondeu com um post no Facebook em apoio à comunidade gay russa que pede revolução. “Enviando coragem aos LGBTs na Rússia”, ela escreveu. “O aumento do abuso governamental é arcaico. Espirrar spray de pimenta em adolescentes? Agressões? Mãe Rússia? O governo russo é criminoso. A opressão vai ser respondida com revolução. LGBTs russos, vocês não estão sozinhos. Nós vamos lutar pela liberdade de vocês. Por que não me prendeu quando teve a chance, Rússia? Por que você não queria ter que responder ao mundo?”

Madonna passou por problemas parecidos no ano passado. Em uma apresentação em São Petersburgo, em agosto, durante sua turnê MDNA, ela distribuiu pulseiras cor de rosa e apoiou os gays da cidade. “Nós queremos lutar pelo direito a liberdade”, ela disse. Uma semana depois, um grupo de ativistas entrou com um processo de US$ 10,5 milhões contra a cantora. “Exigimos que ela pague pelo dano moral que os residentes de São Petersburgo sofreram como resultado das ações dela durante o show do dia 9 de agosto”, uma porta-voz da União de Cidadãos Russos disse na época. “Nós temos que defender nosso direito de uma vida cultural normal sem a propaganda de valores e pontos de vista que contradizem a cultura Russa.”